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Espírito Santo cria comitê para estudar alterações provocadas pelo vírus Zika em bebês

Portaria que institui o Comitê de estudos foi publicada nesta semana no Diário Oficial do Estado. Entre 22 de novembro de 2015 e 16 de julho de 2016, foram notificados no Espírito Santo 170 casos de microcefalia

Um dos objetivos do Comitê é ajudar as vítimas da doença Foto: R7

A partir deste mês, o Espírito Santo contará com um Comitê de Estudo dos Casos de Microcefalia e Outras Alterações do Sistema Nervoso Central. O comitê oficializa um trabalho que vem sendo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) desde dezembro do ano passado.

De acordo com Clemilda Soares Marques, médica sanitarista que compõe o comitê junto com outros sete médicos do nível central da Sesa e da rede hospitalar, os estudos têm avançado em esclarecer exatamente quais alterações o vírus Zika pode causar nos bebês.

Por isso, as equipes de saúde que, logo no início, se limitavam a identificar bebês com microcefalia e investigar a ligação da má-formação com o Zika, hoje já buscam crianças com outros problemas de saúde, como comprometimento da visão, encurtamento de membros e outras complicações que podem ser observadas no período de até dois anos após o nascimento da criança.

Um dos objetivos do Comitê é propor e ajudar a promover melhorias na assistência aos indivíduos acometidos por alterações em decorrência do vírus Zika. “A maior parte dos casos de microcefalia apresenta também alterações neurológicas, seja na área motora ou psíquica. Tendo isso, a criança precisa de atendimento imediato. Não pode esperar um, dois, três meses. É necessário começar a estimulação dessa criança rapidamente para minimizar os efeitos da doença”, comenta a médica.

A portaria que instituiu o Comitê foi publicada no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo na última quinta-feira (21).

Dados sobre a microcefalia no Estado

Entre 22 de novembro de 2015 e 16 de julho de 2016, foram notificados no Espírito Santo 170 casos de microcefalia ou alterações do sistema nervoso central, sugestivos de infecção congênita pelo vírus Zika em fetos, abortamentos, natimortos ou recém-nascidos. Destes, 19 casos foram confirmados, 69 foram descartados para microcefalia relacionada à infecção congênita e 80 permanecem em investigação