Uma espuma branca na orla de Cariacica, próximo à Segunda Ponte, tem provocado preocupação aos moradores. Quem vive na região conta que a espuma costuma ser maior durante o período da manhã.
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A engenheira ambiental Sara Francisco explica que a espuma é decorrente da presença de tensoativos na água, classe dos detergentes. Com a turbulência próximo a estação de bombeamento de águas pluviais, a espuma branca é gerada.
“Esse tensoativo pode vir do esgoto doméstico, mas também da indústria que usa essa substância na limpeza de máquinas ou mesmo nos processos industriais“, disse.
Sara explica que não é possível afirmar que a espuma é tóxica sem uma série de avaliações laboratoriais dela e da água para identificar qual o tipo de tensoativo. Mas a espuma, segundo a engenheira, pode ser nociva para as pessoas.
“Caso ela toque nas pessoas, pode causar irritação na pele, nos olhos, nas mucosas, e, em caso de ingestão, pode causar náuseas, vômitos e diarreia, mas tudo depende da concentração da substância na água, da quantidade ingerida e de outros fatores, como sensibilidade na pele“, explicou.
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A espuma também pode trazer graves consequências para a vida marinha, pois, como explica Sara, esse tipo de substância rouba o oxigênio da água. “Os organismos que precisam desse oxigênio podem morrer”.
Não há nenhuma restrição à pesca ou de balneabilidade na região por conta da espuma, mas a engenheira ambiental recomenda que se evite o local. Ela explica que, por ter a poluição por tensoativos, a água pode conter outras substâncias nocivas.
O que dizem as prefeituras e a Cesan?
Em nota, a Prefeitura de Cariacica disse que uma equipe de fiscalização ambiental do município esteve no local e identificou a espuma saindo da Estação de Bombeamento de Águas Pluviais Marinho, que estava com duas comportas abertas.
Disse ainda que a espuma possivelmente seria formada pela turbulência nessas comportas e que irá acionar a Prefeitura de Vila Velha para fazer uma fiscalização conjunta.
A Prefeitura de Vila Velha, também por meio de nota, informou que realizou fiscalização nas empresas do entorno e não encontrou nenhuma atividade que possa ter dado origem à espuma.
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Uma possível causa, segundo a prefeitura, pode ser os esgotos lançados no curso d’água e a estiagem, fazendo com que o efluente com detergentes não seja diluído, formando essa espuma.
Procurada pela reportagem, a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) informou que uma equipe técnica esteve no local nesta semana e não constatou nenhuma irregularidade nas operações da companhia, que possa contribuir para o aparecimento da espuma.
*Com informações da repórter Thainara Ferreira, da TV Vitória/Record TV.