O procedimento feito na manhã desta segunda-feira (20), no Hospital Santa Rita, em Vitória, em uma paciente que foi apontada com suspeita de ebola foi correto. Isso foi o que afirmou o coordenador do Centro de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Gilton Almada.
“A equipe usou um equipamento de proteção correto, pois é uma doença infecciosa comum e os equipamentos são os mesmos. Não há problema, pois foi um contato à distância. A equipe também fez o descarte de tudo o que foi usado e desinfetou os equipamentos que não eram descartáveis. Com isso, o hospital tinha condições de atender”, apontou.
A suspeita foi descartada, mas ele explicou que há um protocolo passado pelo Ministério da Saúde, no qual os profissionais devem seguir em casos de suspeita do vírus. Segundo o coordenador, o Espírito Santo está preparado, caso ocorra algum caso de suspeita.
“Se a pessoa estiver dentro do avião e apresentar os sintomas, na própria aeronave a notificação é feita e do aeroporto a pessoa pega outra aeronave, encaminhada pela Organização Nacional da Saúde (ONS) para ser levada a um hospital de referência nacional”, disse.
Almada também esclareceu que se a pessoa não tiver condições de ser transferida por algum motivo, ela será encaminhada por uma ambulância do Samu, com uma equipe preparada, para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Se o paciente chegar no Porto de Vitória, o Samu levará para o aeroporto para ser transferido, ou também encaminha ao hospital. Já se a pessoa, como aconteceu nesta segunda-feira, procurar um hospital e for confirmada a suspeita, ela também será transferida pela ambulância, para o aeroporto ou para o hospital.
“A orientação para todos os hospitais é que o paciente vá para um isolamento. Já as pessoas que entrarem em contato também vão passam a ser monitoradas pela Secretaria e Vigilância Epidemiológica. Uma equipe entrará sempre em contato para que a pessoa meça a temperatura e para saber como ela está se comportando”, afirmou.
O único exame feito no Estado, de acordo com Gilton Almada, é o de malária, que também é transmitida na África e o quadro clínico é parecido. “O exame para confirmar o ebola é feito apenas nos hospitais de referencia nacional”, informou.
Amigos de turista ficam assustados
A falsa suspeita de ebola pegou de surpresa os colegas que viajaram com a paciente que apresentou o risco da doença na manhã desta segunda-feira (20). A mulher viajou com um grupo de uma Igreja Batista de Vitória e chegou de Israel no último sábado (18). Segundo eles, o susto foi principalmente pela grande repercussão do caso, já que ela não tinha sintomas que tivessem ligação com a doença.
No local ela teve contato com pessoas de diversos países em um dos encontros religiosos. Esse foi um dos motivos que teria levado os médicos a pensarem que poderia ser ebola. Segundo colegas, no último domingo (19) ela estava bem, apenas com muita tosse. Ela também disse a eles que achava que estava com muita gripe.