O teste de HIV por fluido oral já está disponível no Espírito Santo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até recentemente, o exame era realizado apenas dentro do projeto piloto “Viva Melhor Sabendo”, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com organizações da sociedade civil, e com foco em populações-chave, como transexuais, pessoas que usam drogas e homens que fazem sexo com homens.
No início deste mês, o Ministério anunciou a ampliação do uso do teste de fluido oral para a rede pública de saúde e informou que a previsão é de que, ao longo de 2015, o exame esteja disponível para todas as pessoas que quiserem realizá-lo. No Espírito Santo, este teste pode ser feito nos Serviços de Atendimento Especializados (SAEs), nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e nas unidades básicas de saúde em todo o Estado.
A referência técnica do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids, Bettina Lima, explica que o teste de fluido oral é um exame de triagem. Isso significa que os diagnósticos negativos são liberados e os positivos são encaminhados para um serviço de referência, para que todos os exames sejam realizados, inclusive a testagem por amostra de sangue.
“Para fechar um diagnóstico positivo são necessários dois testes com metodologias diferentes. Logo, um teste de fluido oral reativo necessita de exame de sangue para o diagnóstico definitivo”, detalha a médica. Ela enfatiza que o teste oral é uma opção segura para a realização de triagem e é inclusive feito com sucesso em outros países, entre eles os Estados Unidos.
É importante destacar que o fluido oral é diferente da saliva. Enquanto o fluido se acumula entre a bochecha e a gengiva e é composto por células que descamam, a saliva é uma substância mais superficial, sem esses componentes. “Se a pessoa for portadora do HIV, o fluido oral terá anticorpos em sua composição”, esclarece a médica, ressaltando que o vírus da Aids não é transmitido pelo beijo.
Avanço
O teste de fluido oral é realizado de forma é sigilosa e rápida. O resultado sai em cerca de 30 minutos. Ele é feito dentro de um contexto de aconselhamento. Se der positivo, a pessoa é encaminhada para um serviço de referência para que seja feito um segundo teste mais completo para se ter certeza do diagnóstico e, se for o caso, começar o tratamento.
Na avaliação da referência técnica do Programa Estadual de DST/Aids, o teste de fluido oral representa mais um importante avanço tecnológico para o enfrentamento da Aids, uma vez que esse exame aumenta a possibilidade do diagnóstico precoce da doença e a possibilidade de o paciente iniciar logo o tratamento com o antirretroviral.
“Desta forma, evita-se a progressão da doença e a mortalidade, além de diminuir a transmissão para outras pessoas, já que uma carga viral reduzida ou não detectada torna menor a possibilidade de transmissão do vírus HIV”, conclui.