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'Estamos tentando mostrar que educação não é gasto', diz reitor da Ufes sobre estar entre as melhores do mundo

O ranking avalia critérios como ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento como indicadores de desempenho das universidades

Foto: Breno Ribeiro

Mesmo enfrentando cortes orçamentários anunciados pelo governo federal, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foi considerada uma das 11 novas instituições brasileiras que passaram a integrar a lista do Times Higher Education (THE), um dos principais rankings universitários do mundo. 

Um dia após o resultado, o reitor da universidade, Reinaldo Centoducatte, criticou as ações de cortes no orçamento realizadas pelo governo federal. 

O ranking avalia critérios como ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento como indicadores de desempenho das universidades. Neste ano, o Times Higher Education avaliou 1.396 universidades de 92 países. A classificação foi divulgada nesta quarta-feira (11).

Para Centoducatte, a conquista é resultado de uma série de ações adotadas. “A nossa gestão sempre teve uma preocupação com a qualidade e, a partir desta preocupação e de metas que foram definidas, criamos condições para atingir esses objetivos, com medidas como a criação da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) e da Secretaria de Avaliação Institucional (Seavin). Para alavancar a produção científica, criamos facilitadores, como um programa de tradução e produção de textos em língua estrangeira o que nos permitiu passar de 250 para mais de mil artigos científicos publicados em revistas internacionais”, pontuou.

Em coletiva concedida na tarde desta quinta-feira (12), o reitor ressaltou que o posicionamento no ranking é resultado de um processo trabalhado ao longo dos anos e também criticou os cortes orçamentários. “Estamos instituindo um processo de formação continuada, integrando aos professores um conjunto de discussões e práticas que, entendemos, vai melhorar a graduação de nossa universidade. É um conjunto que vem fazendo ao longo dos anos e agora estamos colhendo esses frutos. Hoje vivemos um momento de incerteza que a educação não é considerada como um investimento, mas como um gasto. Estamos mostrando justamente o contrário”, destacou.

Classificação geral

Na classificação mundial, liderada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, o Brasil aumentou de 35 para 46 o número de universidades que entraram no ranking, em comparação ao ano passado. Com isso, o país passou da nona para a sétima colocação, ficando à frente de países como Chile, Itália e Espanha. Entre as instituições nacionais, a Universidade de São Paulo (USP) ficou em primeiro lugar.

Além da Ufes, no Brasil, passaram a integrar o ranking do THE as universidades de Caxias do Sul (RS), Federal de Alagoas, Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Federal de Ouro Preto (MG), Federal Rural do Semi-Árido (RN), Federal de Mato Grosso do Sul, de Fortaleza, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, do Estado de Santa Catarina e Estadual de Santa Cruz (BA).