O caso da estudante de uma escola particular de Vila Velha que não pode fazer uma prova porque estava com a camisa da seleção de Portugal continua sendo alvo de polêmica. Crystal Casqueiro tem dupla cidadania e foi à aula com camisa de Portugal. A adolescente de 12 anos disse que se sentiu mal com o acontecido e está envergonhada. Por isso, a família da jovem pode entrar na Justiça.
De acordo com a advogada Bruna Alves, o caso pode terminar na Justiça como uma ação civil. “Como a escola abriu exceção para uma seleção, deveria abrir para outras seleções, até porque ela tem dupla cidadania”, diz.
Para a advogada, o fato de Crystal ter se sentido envergonhada com a situação pode acrescentar em uma possível ação. “Pelo que se sabe, ficou evidente que a menina foi vítima de um constrangimento perante os colegas”, completa.
Para o especialista em educação Edebrande Cavalieri, o ato da escola foi uma incoerência. “É totalmente incoerente que uma escola admita pessoas com camisas do Brasil e não permite de outra seleção. Acredito que deva ter acontecido algo além do que foi noticiado. O fato me causa muita estranheza”, afirma.
Cavalieri não acredita que o fato tenha sido culpa da escola. “Eu conheço o corpo docente do colégio e não acredito que tenha acontecido da forma como foi noticiado. Não dá para entender esse tipo de atitude da escola”, completa.
Entenda o fato
Crystal Casqueiro, de 12 anos, foi impedida de entrar em uma escola particular de Vila Velha, na tarde da última quarta-feira (25), após chegar vestida com uma camisa da seleção de Portugal. De acordo com a mãe da adolescente, Priscilla Anderson de Souza Casqueiro, o Colégio Marista havia enviado um comunicado dizendo que até sexta-feira (27) os alunos poderiam ir para a instituição vestidos com a camisa da seleção brasileira.
Priscilla contou que no comunicado eles ainda informaram que camisas de outros times de futebol não poderiam ser usadas. Já a adolescente disse que se sentiu mal com o acontecido e está com vergonha. “Eu fiquei frustrada com o que aconteceu, pois eu não podia torcer pelo time que eu queria. Me senti muito mal e com vergonha, porque todos me viram parada na entrada”, relatou a adolescente.
A vice-diretora do Colégio Marista, Cristina Vargas, informou que o combinado entre os alunos era de que somente camisas da seleção brasileira estava liberada e que, no momento do acordo, nenhum aluno demonstrou interesse em usar outra camisa. Ela lembrou que houve uma tentativa de acordo para que a menina entrasse para fazer a prova, mas a mãe dela não aceitou.