Lançado recentemente pela Nintendo em dezenas de países, o jogo Pokemon Go chegou na tarde de ontem (3) ao Brasil e já provocou grande alvoroço entre os fãs da franquia.
O jogo Pokémon Go viralizou entre crianças, jovens e adultos na Grande Vitória que andam pelas ruas caçando ‘bichos’ para coleciona-los. Mas a caçada não ficou restrita somente às ruas, praças e condomínios.
Os bichinhos ‘invadiram’ as escolas e estudantes com idades entre 10 e 14 anos passaram o intervalo das aulas na manhã desta quinta-feira (04) olhando grudados na tela do celular.
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A diretora do Sindicato do Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro-ES), Silvana de Azevedo Crus afirma que nas escolas particulares o uso do celular pelos alunos só é permitido na hora do recreio. Ela conta que a ‘febre do momento’ deixou alunos com os olhinhos ‘colados’ nas telas dos celulares na hora do intervalo das aulas na manhã desta quinta-feira (04).
“Percebi que os alunos do nível fundamental II e médio passaram o intervalo de hoje jogando. Eles caçavam os bichinhos na quadra e pelos corredores da escola. Todos observando a tela do celular e conversando sobre o jogo. Foi bonito de ver, mas acredito que é uma febre que vai passar”, disse.
A pedagoga Marli Imperial compartilha da opinião da diretora do Sinpro-ES sobre a ‘febre passageira’ em relação ao aplicativo. Marli afirma que a euforia com o jogo vai passar e completa dizendo que toda evolução é boa, mas o que pode trazer algum prejuízo é a maneira como ela é utilizada.
“Quando se recebe uma novidade é aquele uso constante e eufórico. Neste primeiro momento acontece uma corrida para se ter o jogo. Acredito que tanto os pais quanto a escola devem orientar quanto ao equilíbrio e estabelecer um limite para a segurança física da criança e do adolescente e que o uso de forma errada pode acarretar em risco para eles”, disse.
O jogo Pokémon Go foi liberado no Brasil nesta quarta-feira (03) e de acordo com informações da consultoria de análise App Annie, na App Store o joguinho não só é o mais baixado como também puxou outros três aplicativos para o topo da tabela. Ele continua sendo o aplicativo mais baixado em iPhones. A mesma realidade não acontece entre os celulares Android onde o Pokémon Go não ficou entre os cem aplicativos mais baixados.
Cuidado com acidentes
O game de realidade que aumentada utiliza dados de localização (GPS) dos aparelhos para conseguir capturar os monstrinhos da franquia Nitendo já coleciona polêmicas ao redor do mundo. Desde acidentes de carros a assaltos.
Segundo a advogada Alessandra Borelli, diretora da Nethics, empresa especializada em educação digital, é fundamental o cuidado no uso do jogo. Para crianças, por exemplo, recomenda-se que os pais estabeleçam um limite geográfico para “para caça” aos pokémons, assim como instruções abertas quanto aos cuidados básicos para não deixar a brincadeira virar cilada.
A especialista orienta prestar atenção ao andar em locais onde circulam carros, locais que possam representar perigo (inclusive para selfies com os personagens), concentrar-se no que está fazendo e ter bom senso quanto às escolhas dos locais onde o jogo indica a existência do alvo (locais perigosos, emboscadas e de comum acesso de pessoas mal intencionadas).
Borelli acrescenta que o jogo utilizado de maneira segura e adequada pode ser muito interessante e divertido. Para tanto, é preciso educação digital para sempre tirar o melhor e mais seguro proveito desta e outras fantásticas oportunidades oferecidas pela tecnologia.