O Departamento de Defesa dos Estados Unidos denunciou neste domingo (21) um caça venezuelano de fabricação russa que “seguiu de forma agressiva” uma aeronave das Forças Armadas americanas.
De acordo com um comunicado, “um Su-30 Flanker da Venezuela seguiu de forma agressiva a aeronave americana EP-3 a uma distância insegura em 19 de julho, pondo o perigo a tripulação e a nave”, publicou o Comando Sul, uma das designações do Departamento de Defesa americana.
Segundo o órgão, o EP-3 “estava realizando uma missão reconhecida e aprovada em espaço aéreo internacional sobre o mar o Caribe”.
Posteriormente, o Comando Sul informou em comunicado que o avião americano realizava de maneira rotineira “missões de detecção e vigilância” na região para poder garantir a “segurança e proteção” dos cidadãos americanos e dos parceiros dos EUA sem violar as normas “e regras internacionais”, enquanto o piloto da aeronave venezuelana atuou de uma “maneira pouco profissional”.
Além disso, advertiu que “esta ação demonstra o irresponsável apoio militar da Rússia” ao regime “ilegítimo” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assim como a “imprudência e o comportamento irresponsável” do governo venezuelano, que dificulta “o direito internacional e os esforços para resistir ao tráfico ilícito”.
A nota acrescenta que o governo venezuelano continua “violando” as leis internacionalmente e demonstra o seu “desprezo” pelos acordos que autorizam os EUA e outras nações a “realizar voos de forma segura” no espaço aéreo internacional.
Em junho de 2006, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a compra de 24 caças de longo alcance Su-30 da Rússia para substituir os F-16 americanos na Força Aérea venezuelana e advertiu que Washington não fornecia naquela época a manutenção necessária para essas aeronaves.
Durante uma viagem oficial no mês passado pela América do Sul, o almirante Craig Faller, responsável pelo Comando Sul dos EUA, disse à Agência Efe que a crise na Venezuela se encontra “estagnada” e que, do ponto de vista militar, a situação requer uma “certa paciência estratégica”.
“Mas o mundo continua unido a favor do governo legítimo da Venezuela e em apoio a uma transição a um Estado democrático”, acrescentou Faller, que especificou que seu papel como militar “é apoiar a política dos EUA, trabalhar nas áreas de Inteligência e Informação, e planejar todas as decisões”.
O governo americano liderou o apoio que 50 países expressaram ao líder opositor Juan Guaidó, chefe do Parlamento e que no último dia 23 de janeiro se proclamou presidente interino da Venezuela.