O Departamento de Saúde da Flórida, nos Estados Unidos, confirmou na última terça-feira (19), que três pessoas foram diagnosticadas com zika vírus, uma doença não mortal, mas que pode provocar problemas sérios em mulheres grávidas.
Dois dos casos detectados pelo Departamento de Saúde foram registrados no Condado de Miami-Dade e afetam pessoas que viajaram à Colômbia em dezembro.
O terceiro caso foi diagnosticado no Condado de Hillsborough, no litoral oeste do Estado, em uma pessoa que viajou à Venezuela também em dezembro.
A zika, que já atinge vários países do continente americano, entre eles o Brasil, é transmitida através de um mosquito do gênero Aedes aegypti, o mesmo portador da dengue e da chikungunya.
Embora não se trate de uma doença mortal, a zika representa uma ameaça para as mulheres grávidas durante os primeiros meses de gestação, uma vez que o vírus foi vinculado com casos de microcefalia.
O vírus pode provocar também febre, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira; erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos e, em menor frequência, dor muscular e articular.
Antes dos Estados Unidos o vírus foi detectado em países como Brasil, Colômbia, El Salvador, Barbados, Guatemala, Guiana Francesa, Honduras, Martinica, México, Paraguai, San Martín, Suriname e Venezuela.
Colômbia
O Ministério da Saúde da Colômbia sugeriu nesta terça-feira aos casais do país que evitem a “gravidez” por causa do avanço do zika vírus, que fechou 2015 com 11.712 casos registrados, dos quais 297 correspondiam a mulheres em estado de gestação.
“Considerando a fase na qual se encontra a epidemia e o risco existente, se recomenda a todos os casais em território nacional que evitem a gravidez durante esta fase, que pode ir até o mês de julho”, diz nota divulgada pelo Escritório de Saúde e Proteção Social.
O documento, dirigido a autoridades departamentais, municipais e entidades prestadoras de serviços de saúde, também recomenda que “as gestantes que vivem em regiões acima dos 2.200 metros de altitude evitem viajar para regiões mais baixas pelo alto risco de contrair a doença”.
A circular adverte que “é uma doença viral emergente para as Américas ocasionada pelo zika vírus” e indica que “a população em geral é suscetível” a contraí-la.
Além disso, o documento menciona o alerta emitido em novembro pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) sobre o aumento dos casos de microcefalia no Estado de Pernambuco, no Brasil, e sua possível relação com o zika vírus.
Nesta terça-feira, o senador e médico colombiano Jorge Ivan Ospina, do partido Aliança Verde, relatou o primeiro caso de uma criança nascida com microcefalia causada pelo zika vírus no país.
“Fui notificado com a infeliz notícia do primeiro caso de microcefalia causado pelo zika vírus na Colômbia. O Ministério da Saúde deve confirmar e proceder”, escreveu o senador no Twitter, mas sem detalhar o local onde ocorreu o caso.
Anteriormente, Ospina pediu ao presidente Juan Manuel Santos que fizesse um “pronunciamento alertando sobre os riscos do zika vírus e mobilizando a sociedade a combater o mosquito Aedes aegypti”, que é responsável por sua transmissão.
Fontes do Ministério da Saúde disseram à Agência Efe que em uma “varredura” feita nesta terça-feira não foi confirmado nenhum caso de microcefalia relacionado ao zika e indicaram que existem registros dessa anomalia no país que é atribuída a causas diversas, como infecções, transtornos genéticos e desnutrição grave.