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Ex-diretora do Novo São Lucas diz entender intervenção e nega desvio de verba

Briga é administrativa entre a Secretaria Estadual de Saúde e a organização que administrava o hospital, o Instituto Americano de Medicina, Pesquisa e Saúde Pública

A ex-diretora do Novo São Lucas, Maria Aparecida Calasense, concedeu na tarde desta sexta-feira (26) uma entrevista para falar sobre intervenção que o hospital, localizado em Vitória, sofreu no último sábado (20)

Novo São Lucas funcionou normalmente no 4º dia de intervenção Foto: Romero Mendonça/Secom-ES

Maria Aparecida disse reconhecer a paralisação dos serviços como legítima, mas negou que houvesse irregularidades em sua gestão. A ex-diretora admitiu que houve falhas, apontadas pela secretaria já a partir de setembro, mas elas aconteciam por questões operacionais que já estavam sendo corrigidas. Ela negou que houvesse desvio de dinheiro. 

“Os processos administrativos do hospital ficaram fragilizados, o que prejudicou a prestação de contas em conformidade com o previsto. Mas em momento algum me foi passado que havia desvio de verba na administração”, enfatizou a ex-diretora.

No quarto dia da intervenção, o Novo São Lucas funcionou normalmente. A briga é administrativa entre a Secretaria Estadual de Saúde e a organização que administrava o hospital, o Instituto Americano de Medicina, Pesquisa e Saúde Pública, o Iapemesp.

A intervenção foi recomendada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), a partir de relatórios elaborados pelo Grupo de Monitoramento e Avaliação da Execução dos Contratos de Gestão e pela Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont), que apontam irregularidades na execução do contrato de gestão do Novo São Lucas por parte do Iapemesp.

A crise desse fim de ano não atinge só o Novo São Lucas, mas também a unidade que ainda funciona no anexo do Hospital da Polícia Militar. O atual pronto-socorro do São Lucas sofreu uma interdição ética do Conselho Regional de Medicina, na última quinta-feira, dia 18. A medida na prática não fecha um hospital, mas impede que os médicos trabalhem nele. 

Na unidade há cartazes do Sindicato dos Médicos pedindo e defendendo a interdição, mas ela só durou um dia. Já na sexta-feira, dia 19, uma liminar da Justiça Federal de Vitória suspendeu a interdição.