Ele é relacionado ao temido HPV (papilomavírus humano) e um dos principais tumores entre as mulheres no mundo. Bastante comum em pacientes jovens, o câncer de colo de útero se desenvolve a partir de uma pequena inflamação na parte mais baixa do órgão, de acordo com a ginecologista e oncologista Graziela Zibetti Dal Molin, do Instituto Lado a Lado pela Vida — que desenvolve ações voltadas ao campo da humanização em saúde: “A partir daí, há uma multiplicação de células cancerígenas que se transformam no tumor”, afirma a médica.
A especialista explica que o principal causador da doença é o HPV, vírus sexualmente transmissível que atinge a pele e a mucosa de diversas partes do corpo, principalmente os órgãos sexuais: “Há outros fatores de risco, como a paciente já ter contraído outras doenças sexualmente transmissíveis — principalmente o HIV —, hábitos como o tabagismo e alterações na vulva que podem desencadear o câncer de colo de útero. Mas a grande parte dos casos é relacionada ao HPV mesmo”.
O tumor pode ser detectado no exame papanicolau — a que as mulheres devem se submeter anualmente. A avaliação geralmente identifica uma alteração no tecido uterino e, em seguida, é realizada uma colposcopia para que o colo do útero seja analisado com mais precisão. Quando há necessidade, o ginecologista também solicita exames de imagem, como o ultrassom, completa Graziela.
A oncologista ainda ressalta que, quando a mulher passa pelo papanicolau todos os anos, as chances de o câncer se desenvolver e atingir estágios avançados no intervalo entre uma avaliação e outra é mínima. O tratamento, por sua vez, depende da extensão da doença. No estágio inicial, com o tumor restrito ao útero, o que se faz é uma cirurgia para a retirada do órgão e as chances de cura são de quase 100%. Se, por ouro lado, o câncer se alastrou para outros órgãos da região pélvica, como o ovário, o tratamento passa a incluir quimioterapia e radioterapia, diz a médica.
Depois de passar por qualquer um dos tratamentos, as chances de a mulher engravidar são reduzidas, alerta a ginecologista: “Quando se faz a cirurgia, em geral, todo o útero é retirado. Quando se faz radio e quimioterapia, por outro lado, o útero fica endurecido, forma fibrose [aumento do número de fibras em um tecido] e não consegue mais ‘segurar’ um bebê”.
Além do papanicolau, que realmente identifica as mais sutis alterações celulares que podem evoluir para um tumor, a vacina contra o HPV é importante medida de prevenção, ressalta Gabriela.
Ana Luísa Vieira, do R7!