Os dois últimos corpos das vítimas do acidente na BR-101 que ainda estavam no Departamento Médico Legal (DML) foram liberados para sepultamento na manhã desta segunda-feira (03). Os exames de DNA das 11 vítimas que ainda aguardavam identificação estavam previstos para serem concluídos em até 30 dias, mas a Polícia Civil conseguiu adiantar.
Um dos corpos liberados foi o de Reginaldo Marcelino, de 68 anos. A filha dele, Regimara Loyola, esteve no DML durante a manhã para fazer a liberação. Segundo ela, o pai era autônomo e costumava ir à São Paulo para fazer compras. Ele fazia o percusso há 25 anos, cerca de 2 a 3 vezes no mês.
“Vai ficar um buraco, a falta que ele vai nos fazer, porque meu pai era uma pessoa maravilhosa. Quando nós ouvíamos algum acidente a gente ficava apreensivo e nunca imaginamos que vai acontecer com uma pessoa tão próxima, mas infelizmente aconteceu com meu pai”, desabafou a filha.
O outro corpo liberado foi o de Laurindo Ornelas da Cruz, de 69 anos. De acordo com o filho do aposentado, ele foi para São Paulo e ficou hospedado na casa de parentes por uma semana.
O acidente
A batida envolvendo um ônibus interestadual, uma carreta carregada com uma pedra de granito e duas ambulâncias de municípios do interior do Estado aconteceu na manhã da última quinta-feira (22). Vídeos mostraram o desespero das vítimas do acidente. No total, 23 pessoas morreram.
O número inicial era de 21 mortos, mas duas vítimas que deram entrada no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, em estado grave, não resistiram aos ferimentos e acabaram morrendo. Entre elas estava um jovem de 24 anos, que teve 95% do corpo queimado.
A causa do acidente ainda não foi oficialmente confirmada, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspeita que um pneu estourado da carreta pode ser a causa principal. Além disso, os policiais constataram que o veículo não estava em boas condições e o peso ultrapassava 11 toneladas do total permitido.
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Um dos proprietários da empresa Jamarli Transportes, responsável pela carreta, chegou a ser preso em flagrante na última sexta-feira (23), mas foi liberado no último sábado (24).
O secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, classificou o acidente como “a maior tragédia rodoviária do Espírito Santo”. Além disso, a Comissão de Fiscalização da Concessionária ECO 101, na Câmara dos Deputados, entrará com uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa que administra a BR 101.