Com a mudança da classificação de Vitória, Serra, Vila Velha e de outros municípios capixabas para risco moderado, dentro da matriz de risco desenvolvida pelo governo do Estado, os parques voltaram a abrir e o comércio está funcionando todos os dias, de segunda a sexta-feira. No entanto, o relaxamento das medidas deixou muita gente com dúvida sobre o que os médicos recomendam para essa fase da pandemia do novo coronavírus.
Especialistas ouvidos pela reportagem da TV Vitória/Record TV afirmam que medidas de prevenção, como o uso de máscaras e o distanciamento entre pessoas de famílias diferentes, devem ser mantidas durante a prática de atividades ao ar livre.
“A gente já consegue voltar a fazer algumas atividades que a gente fazia antes da pandemia começar. Uma dessas atividades são as atividades que são feitas ao ar livre, como passeio em parque. Agora já dá para começar a andar no calçadão da praia com segurança, dá para ir à praia, em locais onde não há aglomerações de pessoas. Ou seja, se são pequenos grupos familiares, mantendo a distância entre as outras famílias, não tem nenhum problema ir ao ar livre”, afirmou a médica infectologista Rúbia Miossi.
“Em locais abertos, evite horários em que você imagine que tenha mais pessoas, pensando sempre nesses dois pontos: locais abertos, com fluxo de ar, com circulação de ar, e locais onde você fique afastado, onde sua família fique afastada”, recomendou a doutora em epidemiologia Ethel Maciel.
“A transmissão em ambiente externo é mais difícil de acontecer, especialmente se a pessoa sair e fizer a atividade física com máscara e evitar aglomerações”, frisou o infectologista Lauro Ferreira Pinto.
Ainda que a área externa seja o passeio mais indicado pelos especialistas neste momento da pandemia, não está tudo liberado. Segundo eles, pode caminhar, mas não aglomerar; pode brincar, mas com máscara; pode fazer piquenique, mas sempre respeitando o distanciamento.
Exercícios físicos
Com relação à prática de exercícios físicos ao ar livre, os especialistas recomendam que a atenção tem que ser ainda maior, já que o coronavírus pode ser transmitido a uma distância maior.
“Quando a pessoa está correndo ou de bicicleta, fazendo exercícios físicos, e se ela estiver infectada, esse vírus pode ser lançado por uma distância maior que um metro e meio a dois metros. Pode ir a até quatro metros”, alertou Ethel Maciel.
“Nas caminhadas no ambiente externo, seja no calçadão ou no parque, tem que se manter o distanciamento entre uma pessoa e outra. E aí, para a atividade física, a gente pede até mais do que dois metros. A gente pede cerca de três metros”, ressaltou Rúbia Miossi.
“A gente não recomenda atividade física pesada, tipo corrida com máscara, porque fica desconfortável e molha a máscara. Se você quiser correr, tem que achar uma área isolada, que não haja ninguém por perto”, orientou Lauro Ferreira Pinto.
A dona de casa Gislaine Pimenta conta que mal botou o pé para fora de casa nos últimos quatro meses. Ela afirma que voltar ao calçadão foi uma questão de saúde, mas disse que só se sentiu segura após a recomendação médica.
“Meia hora de caminhada, no mínimo. Estou fazendo isso: indo 15 minutos e voltando mais 15 minutos. É bom também para o emocional, porque a gente acaba ficando dentro de casa e o emocional da gente fica meio abalado. Isso aqui já me fez bem”, afirmou.
Basicamente, a orientação dos especialistas é de que o distanciamento ainda deve ser a prioridade. Caso o calçadão ou a praia estiverem cheios, a recomendação é desistir do passeio ou do exercício. O mesmo vale para restaurantes, comércio e qualquer outro lugar.
Visitas
Sobre reunir os amigos, os especialistas afirmam que ainda não é o momento para isso. Já os encontros familiares podem voltar a acontecer, desde que se evite o contato físico entre as pessoas e as regras sobre distanciamento, uso de máscaras e higiene sejam mantidas.
“Agora é um momento em que dá para ir visitar o pai ou a mãe que está mais longe, e que você vai manter o distanciamento deles, sem abraçar, sem beijar. Mas dá para ir lá visitar, conversar, bater um papo, sempre usando a máscara, sempre mantendo a distância de dois metros entre as pessoas e sem os nossos cumprimentos afetuosos de beijo e abraço”, orientou Rúbia Miossi.
“Uma boa ideia é os netos abraçarem os avós nas pernas, de costas, de uma forma que não haja fala, gotícula de uma pessoa próxima à outra”, indicou Lauro Ferreira Pinto.
Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória/Record TV