Geral

Família de Amanda Marques aguarda júri de acusado de atropelamento

Jovem foi morta quando um motorista atingiu a moto em que ela trafegava com o namorado, em abril de 2021, em Vila Velha

Foto: Montagem / Folha Vitória

A família de Amanda Marques Pinto, de 20 anos, morta após um atropelamento em abril de 2021, ainda aguarda por justiça. Ela foi atingida por um motorista enquanto trafegava junto do namorado em uma moto na Avenida Darly Santos, em Vila Velha

Os familiares da jovem aguardam o júri popular de Wagner Nunes de Paulo, acusado de atropelar o casal. O júri chegou a ser anunciado no ano passado, mas foi adiado após a defesa do acusado entrar com recurso.

“Eu tenho que provar mais o que para a Justiça para ele ser condenado? O que uma mãe tem que provar mais? Uma filha sai com vida de dentro de casa, depois de 10 minutos você recebe uma ligação dizendo que sua filha morreu, mataram sua filha”, desabafou a mãe de Amanda, Renata Marques

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso grupo no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Na época do crime, câmeras de segurança flagraram o carro do suspeito, que trafegava em altíssima velocidade até atingir o casal. Durante perícia dos bombeiros, foi constatado que Wagner estava embriagado.

Desde então, ele permanece preso preventivamente e foi autuado pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. O advogado de Wagner, David Metzker, diz que o cliente não tinha a intenção de ferir ou matar Amanda.

“Entendemos que para ser dolo eventual ou seja, ele assumir o resultado, ficar indiferente, ele deveria ter demonstrado essa indiferença. Mas várias provas que estão no processo demonstram que ele não ficou indiferente. Diante disso, acreditamos que deve ser aplicada a modalidade culposa”, disse. 

O advogado da família da vítima, Fábio Marçal, contesta a versão dada pela defesa de Wagner, dizendo que o suspeito não prestou qualquer tipo de socorro à vítima no local do crime. 

“Discordamos tendo em vista o seu comportamento no dia do acidente, que simplesmente queria se evadir do local. Ele sequer tentou providenciar o socorro para a vítima. Para ele, tanto faz ou tanto fazia se a Amanda tinha alguma chance de sobreviver”, afirmou. 

Ainda segundo o advogado, há mais complicadores para Wagner, como o fato de estar trafegando em velocidade duas vezes acima do permitido na área a e a constatação da embriaguez e suspeita de que ele estivesse sob influência de drogas ilícitas. 

Leia Também: VÍDEO | Mala suspeita é abandonada em ponto de ônibus em São Mateus

A versão de Marçal é corroborada pela mãe de Amanda, que afirma que o suspeito agiu com total indiferença em relação à filha. “Ele foi desumano com o corpo da minha família, falar que aquilo não ia dar em nada.

Por fim, Renata faz mais uma súplica para que o suspeito vá a júri popular e que o resultado ponha fim a dois anos de espera e sofrimento. 

“Eu só vou melhorar, poder caminhar um pouco melhor depois que souber da condenação dele. Estão esperando o quê? São dois anos de sofrimento. O que precisa acontecer? Acontecer algo com o filho de alguém para sentir a mesma dor? O filho de um juiz, de um senador? Não sei”.

*Com informações do repórter Lucas Melo, da TV Vitória/Record TV