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A esposa do venezuelano agredido em um posto de combustíveis de Vitória contou que a família está passando por dificuldades. Yonatham Ramiro continua internado. A mulher não sabe como vai sustentar as filhas, de 2 e 4 anos.
O homem trabalhava como frentista. Ele foi agredido com uma barra de ferro na cabeça em um posto de combustíveis na Praia do Canto. O crime aconteceu em janeiro deste ano. Desde então, o rapaz está internado em um hospital da capital.
Câmeras de segurança flagraram a ação do agressor. Nas imagens não dá pra ver toda a confusão, mas, segundo a polícia, o homem atacou a vítima.
O suspeito de cometer a agressão chegou a ser preso, mas foi solto poucos dias após o crime, na audiência de custódia.
“Estamos muito mal. Ele ainda está sofrendo, a família está sofrendo. Enquanto isso, o suspeito está solto“, desabafou a esposa da vítima.
Na decisão judicial que analisou o pedido do Ministério Público para converter a prisão em flagrante para preventiva, a magistrada Lívia Regina Saverganini Bissolli Lage considerou que o caso tinha relação com “a ira do acusado depois de um desentendimento com a vítima”. Ela concedeu a liberdade provisória para que o suspeito responda ao processo em liberdade.
O advogado Rivelino Amaral, especialista em direito criminal, explicou os motivos que podem ter sido analisados pela juíza para conceder a soltura.
“As pessoas têm o direito de responder em liberdade. As prisões são excepcionais e só podem ser decretadas com fundamentos. A juíza precisa justificar se a pessoa traz risco para sociedade ou para o processo no momento de sua decisão“, disse.
Segundo a esposa, Yonatham continua lutando para viver. A mulher disse que ele não consegue mais movimentar o lado direito do corpo e, de acordo com os médicos, deve ficar com sequelas.
“Acordou com uma paralisia do lado direito. Ele vai enfrentar uma cirurgia. O médico disse que ele vai ter sequelas e que deve levar cerca de três anos para ele ficar bem“, contou.
Com o marido internado e sem previsão de alta, a esposa do venezuelano não sabe como vai criar as filhas sozinha. Desde quando a agressão aconteceu, a família tem vivido de doações, mas, segundo ela, manter as crianças têm sido cada vez mais difícil.
Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações do caso foram encerradas. A reportagem procurou a Defensoria Pública, que cuida da defesa do agressor, mas até a publicação do texto não tivemos retorno. Quando recebermos um posicionamento, a reportagem será atualizada.
*Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV.