A cozinha do disk refeições da microempresária Mônica Barreto teve que ser ampliada após a criação da PEC das Domésticas. Mônica montou uma cozinha industrial há um mês devido ao aumento na quantidade de produção de marmitas, e atribui tamanho crescimento após a criação da PEC.
“Quando saiu a lei, a minha demanda aumentou muito, porque as pessoas deixaram de ter empregada, não contratam mais empregada para cuidar dos filhos. Agora fazem contato comigo e eu faço a entrega da refeição”, disse.
Com uma clientela formada principalmente por famílias, as refeições também ficaram mais variadas. Esse público é mais exigente por preços entre R$ 8 e R$ 18. A empresa oferece, além da tradicional marmita, uma alimentação mais balanceada, em porções menores, e até um cardápio com menos calorias.
“Eles querem uma alimentação saudável. Até para os filhos esse tipo de alimentação é super regrada, sem gordura, tudo feito com os legumes no vapor”, explicou.
Buscando fugir do custo dos encargos trabalhistas dos empregados domésticos, muitas famílias também estão optando por contratar empresas especializadas em serviços de limpeza. “Antigamente nós tínhamos poucas solicitações de residência, entre 5 a 10. Hoje em dia, o número é avassalador. Eu tenho uma media entre 20 e 30, em alguns casos até mais”, disse a microempresária Ingrid Stella Borges.
O serviço é personalizado e de acordo com a necessidade de cada cliente. A empresa oferece pacotes e os preços para limpeza e conservação saem a partir de R$ 90 por semana.
Para a dona da empresa, a nova legislação trabalhista mudou a vida dos trabalhadores domésticos, mas também mudou a realidade dos empregadores. A opção por uma empresa prestadora de serviços pode diminuir o custo-benefício do cliente e garantir comodidade e segurança.
Começa nesta quinta-feira
A partir desta quinta-feira (07), a informalidade do trabalhador doméstico pode resultar em multa de até R$ 805,06 para o patrão. A previsão está na Lei 12.964/14. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 6,35 milhões de domésticos no Brasil, 4,45 milhões (70% da categoria) são informais.
No Espírito Santo, menos de 30% dos cerca de 120 mil profissionais do ramo estão regularizados.