Nesta quinta-feira (23), a Feira Livre de Presidente Kennedy completa dois anos. O projeto se consolidou ao longo dos anos e hoje, garante renda regular a 50 agricultores familiares. Alguns produtores chegam a receber cerca de R$ 5 mil por mês, apenas com as vendas do Ticket Feira, benefício concedido a 600 famílias do município em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com o secretário de Assistência Social, Ricardo Cordeio, são R$ 40 mil por mês apenas do ticket circulando na feira. “Os produtores passam por cursos regulares oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento, em parceria com o Sebrae, para que aprendam a agregar valor aos produtos e à atividade”, comenta.
Além de furtas, verduras e legumes, podem ser encontrados na Feira produtos da agroindústria, artesanatos e barracas de gastronomia. O local se tornou ponto de encontro das famílias todas as quintas-feiras, quando o encontro semanal é encerrado com um show. Para celebrar a data, o show comemorativo desta quinta-feira (23) será embalado pela banda Garotos Tradição e a dupla Edinho Ferreira & Eraldo Viola.
Fonte de renda
No espaço ocupado por famílias inteiras, é comum ouvir histórias de vida de vários agricultores. Como Edson dos Santos Faria e Efraim Henriques Calheira, moradores da comunidade de Fazendinha, que têm histórias em comum: ambos resistiram em aderir ao projeto por não acreditar que receberiam o suporte prometido, que parecia bom demais para ser verdade.
Eles contaram que só se interessaram após a ida das mulheres, que apresentaram os primeiros resultados financeiros. “Eu não acreditava. Descrédito total mesmo. Só entrei quando vi que estava dando certo e a mulher não estava dando conta. Aí entrei de corpo e alma”, relata Edson.
Com renda garantida, ele já faz planos do que fazer com o dinheiro recebido: uma reforma na casa. Ele planta quiabo, cebolinha, couve, alface, entre outros produtos, e ainda vende ovos caipira.
A seca do ano passado prejudicou, mas Edson está otimista para esse ano, pois foi perfurado um poço com água abundante em sua propriedade. “Essa feira é 100%. Era diarista, mas a feira me deu condições de praticamente deixar a atividade. Recebemos todo o suporte da Prefeitura”, completa.
Efraim também chegou depois. Era produtor de leite, mas teve que vender o gado por causa da seca. “Vendi meus animais e meu carro. Hoje, já repus parte do rebanho e comprei outro carro. Por causa da feira, organizei muita coisa. Botei muita coisa no lugar. Mas realmente não acreditava que ela desse resultado”, comenta.
Ele voltou a tirar leite, mas não ganha muito. Na feira vende banana prata, nanica e da terra, seu carro chefe, além de legumes, verduras e frutas variadas, todas colhidas na pequena propriedade, o que assegura uma renda regular.
Conta que se não fosse a Feira, já teria largado tudo para procurar trabalho. “A Feira foi a solução dos problemas dos pequenos agricultores”, conclui. Efraim já está morango, incomum para a região, e castanha do pará.
A Prefeitura oferece suporte completo aos feirantes: insumos e sementes, transporte de ida e volta, transporte dos produtos, as barracas, que são iluminadas, montadas desmontadas por equipe da Prefeitura, além de assistência técnica. Por causa da crise hídrica, foram perfurados poços semiartesianos em todas as propriedades, doadas moto bombas, além de cisternas para captação de água da chuva.