Geral

Feira livre de Jardim da Penha tem ação de combate ao trabalho infantil

Outra apresentação foi da ONG Avalanche, que fez uma encenação de trabalho infantil.

Foto: Guiomedce Paixao

A feira livre de Jardim da Penha teve uma manhã bem diferente neste sábado (8). O local foi escolhido para a abertura da campanha “Carnaval livre de Trabalho Infantil”, com direito a banda dos educadores sociais do Cajun, palhaço e pernas de pau.

Um dos meninos que trabalham fazendo frete com as mercadorias dos clientes da feira é P.R., de 12 anos. Ele conta que já ganhou até R$ 80,00 em uma manhã. Ele foi um dos focos da ação.

“Uma parte do dinheiro vai para minha mãe e com a outra parte posso comprar o que quero. Comecei a vir trabalhar aqui porque meus amigos me chamaram”.

As equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), através do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Caminhando Juntos (Cajun), dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), além da Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid), realizaram abordagens e distribuíram materiais educativos. Panfletos e ventarolas (leques de papel) abordavam o assunto.

Brincar

A pequena Alice, de 4 anos, estava na feira com o pai, Marcelo, e o avô, Alberto, que ressaltaram a importância da criança brincar, e não trabalhar.

“Lugar de criança realmente é brincando com os pais, na escolinha ou no parquinho. Infelizmente, algumas dessas crianças podem não ter acesso à escola. Os pais são muito carentes e acabam colocando-as para trabalhar carregando compras ou pedindo esmola. Não acho isso legal”, disse Marcelo Lopes Graeff, profissional de Gestão Financeira.

“Na verdade, essas crianças que trabalham desde cedo não têm uma atenção devida da sociedade. Acredito que a sociedade deve tomar mais parte disso e evitar o trabalho infantil”, afirmou Alberto Dinarte.

Foto: Guiomedce Paixao
Campanha “Carnaval livre de Trabalho Infantil” teve banda dos educadores sociais do Cajun, palhaço e pernas de pau

Futuro

“Acho essa ação indispensável porque o trabalho infantil é coisa que pensávamos que era algo que já tivesse sido combatido há muitos anos. Nos últimos meses, eu tenho percebido um aumento muito grande de crianças vendendo mercadorias nas ruas para ajudar suas famílias porque a situação do País não está confortável. O futuro do nosso País está nas crianças”, comentou Fabiola Feitosa, que é professora da Escola Municipal de Ensino Fundameental (Emef) Álvaro Castro Mattos, de Jardim da Penha.

Luta

“Importante que as crianças e os pais também se conscientizem dessa ação. O lugar de criança é na escola e brincando, não realizando o trabalho infantil. Estamos lutando para que isso acabe”, afirma o educador social circense dos Cajuns de Santo André e Morro do Quadro e palhaço “Mandioquinha”, Lucivaldo Siqueira de Souza.

ONG Avalanche

Outra apresentação foi da ONG Avalanche, que fez uma encenação de trabalho infantil.

“Nós realizamos um teatro em que uma mãe abordava os clientes mencionando que havia deixado o filho na feira para trabalhar, mas que, após marcar um encontro com ele, tinha se desencontrado. Poucas pessoas se disponibilizaram a ajudar. Na verdade, nossa intenção era dar um choque nas pessoas do cuidado com os filhos e também a importância de não fortalecer o trabalho infantil”, explicou a coordenadora do ONG Avalanche, Keila Fernandes.

Trabalho infantil

“O evento de hoje inaugura as ações do Programa de Erradicação de Trabalho Infantil de Vitória no Carnaval. Então vamos realizar algumas ações a partir dessa data. Decidimos fazer aqui na feira de Jardim da Penha porque é um dos pontos de concentração e incidência do fenômeno do trabalho infantil. Já realizamos um trabalho sistemático com abordagens da Assistência Social (Semas) na feira, e nosso objetivo é abordar tanto as crianças que estejam na feira com seus pais, quanto as crianças que trabalham, identificando essas demandas para tentar fazer com que o trabalho infantil não seja uma opção, e os munícipes não estimulem o uso do trabalho infantil”, reforça Thauan Pastrello, referência técnica do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) da Semas.

Canais de denúncia

Para ajudar que o trabalho infantil não comprometa o desenvolvimento de meninos e meninas, e coloquem em risco até suas vidas. Denuncie.

– Disque 100

– Conselhos Tutelares

– Superintendência Regional do Trabalho

Ministério Público do Trabalho

– Centro de Referência de Assistência Social – Cras

– Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas

Com informações da Prefeitura de Vitória