Pelo menos 62 funcionários dos hospitais estaduais São Lucas e Bezerra de Faria que atuavam e regime temporário foram demitidos nesta quinta-feira (15), um dia após a suspensão pela Secretaria de Saúde de um processo seletivo para remanejar as vagas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do ES (Sindsaúde), o número de demissões pode ultrapassar 200 até o fim do ano.
“Soubemos que no Dório Silva também houve mais dispensas. A saúde corre o risco de entrar em colapso se continuar assim. Nós, que atuamos no Bezerra de Faria fomos à delegacia lavrar um boletim de ocorrência. Não podemos ser responsabilizados pelo que está acontecendo. Tem gente morrendo por falta de atendimento correto dentro do hospital. Isso é homicídio, e o pior, é doloso, pois a Secretaria de Saúde está assumindo a responsabilidade pela morte dos pacientes ao negar a prestação de socorro correta aos pacientes”, ressaltou o diretor do Sindsaúde, Valdecir do Nascimento.
As dispensas começaram após a Sesa anular, na quarta-feira (14), o edital publicado no Diário Oficial, que instituía um processo seletivo para as vagas temporárias, tendo em vista o cronograma de nomeações do último concurso que está sendo implementado. Na manhã desta quinta, a Secretaria iniciou o processo de convocação de 30 aprovados em concurso, entre enfermeiros, assistentes sociais e técnicos de enfermagem, para atuarem na região metropolitana da capital. No entanto, de acordo com o Sindsaúde, os profissionais não têm previsão para tomar posse e não suprirão toda a demanda causada pelas demissões nas unidades da Grande Vitória.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que o que houve foi o término de um contrato. A Lei 809, de 25 de setembro de 2015, determina que os contratos temporários com vencimento após a data, não poderão ser renovados. A Sesa informou também que nomeou de 101 profissionais aprovados em concurso para atuação em todo o Estado no Diário Oficial desta quinta-feira; 65 deles para a região metropolitana.