Os restos do foguete que lançou em órbita o módulo principal da primeira estação espacial permanente da China deve voltar à Terra nas próximas horas, em local ainda desconhecido.
Em sua atualização mais recente, o Centro Europeu de Vigilância e Seguimento Espacial (EU SST, na sigla inglesa) apontou que o horário deve ser por volta das 23h32 de Brasília, neste sábado, 08.
O SST confirma que o objeto está tombando, e projeta uma reentrada na faixa de latitude ± 41,48 devido à sua inclinação.
“Nesta região, a maior parte da superfície da Terra é coberta por oceano ou áreas desabitadas, portanto, a probabilidade estatística de um impacto no solo em áreas povoadas é baixa”, avalia o relatório.
No entanto, a previsão vem com incertezas, “pois o objeto está descontrolado, e uma estimativa melhor só será possível algumas horas antes da reentrada real”, pondera.
O foguete chinês foi utilizado no lançamento de um módulo que marca o início do plano de Pequim, de construção de uma estação espacial que deve ficar completa no fim de 2022.
O módulo foi lançado em um dos maiores foguetes de transporte que a China tem, precisamente o mesmo que está agora em queda descontrolada, de acordo com o Pentágono.
Apesar de a maior parte dos destroços acabar por se incendiar na entrada na atmosfera, o tamanho do foguete, de 22 toneladas, cria o receio de que algumas partes podem não se desintegrar e eventualmente atingir áreas da Terra.
Apesar de tudo, o risco é pequeno. Jonathan McDowell, astrofísico da Universidade de Harvard, disse que a situação não deve criar grandes problemas. “Acho que as pessoas podem ficar descansadas. O risco de atingir alguma coisa ou alguém é muito pequeno. Pode acontecer, mas não perderia o meu sono por causa dessa possibilidade tão pequena”.
O astrofísico diz ainda que a melhor aposta sobre onde os destroços vão cair é no oceano Pacífico, simplesmente “porque ocupa o maior espaço da Terra”.
Em maio de 2020, outro foguete chinês caiu descontrolado no Oceano Atlântico, perto da África Ocidental.
*Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil