O período de chuvas intensas traz uma série de problemas para as cidades, como enchentes, deslizamentos, fechamentos de vias, entre outros transtornos. Mas não é só o meio urbano que sofre com o excesso de chuva.
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Na agricultura, a tendência é que diminua a oferta de folhas e verduras, pois, com o solo muito encharcado, o plantio fica comprometido, assim como a qualidade dos produtos, especialmente as folhas. A umidade e a variação de temperatura também contribuem para doenças nas lavouras.
Nas feiras livres, já tem gente preocupada com o risco de desabastecimento, se a chuva intensa persistir. Em uma feira em Vila Velha, só havia uma banca vendendo folhas nesta terça-feira. Os outros dois concorrentes, que são produtores rurais, não vieram do interior, justamente por causa da chuva.
O engenheiro agrônomo Rômulo Pedroni, da Federação da Agricultura do Espírito Santo, afirma que, se continuar chovendo, pode haver redução na qualidade das frutas, verduras e legumes nas próximas semanas, além da quantidade.
“Todas as verduras, legumes, tudo ligado à horta está seriamente prejudicado devido a esse excesso de chuvas, especialmente na região central-serrana aqui do estado do Espírito Santo”, frisou.
Pedroni explica que outro problema gerado pela chuva em excesso é o risco de doenças nas lavouras, já que a alta umidade, aliada às variações de temperatura, contribuem para o surgimento de fungos, bactérias e outras pragas.
“O excesso de chuva, especialmente neste período, quando nós temos grandes oscilações de temperatura — a gente estava acompanhando temperaturas elevadas e, de repente, a temperatura cai drasticamente — , proporciona um ambiente muito propício ao surgimento de pragas e doenças”, explicou.
Apesar do contratempo, de uma forma geral o agrônomo afirma que o período chuvoso é bom para a agricultura capixaba, que já estava na iminência de enfrentar as consequências da falta de água.
“Esse período de seca, que o estado do Espírito Santo estava atravessando até semana passada, agora a gente já percebe as barragens com volume considerável, os rios voltando a encher e os solos voltando a ficar encharcados. Tudo isso favorece, desde que o produtor adote as boas práticas de conservação e retenção de água”, ponderou Pedroni.
