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Foz na praia do Riacho Doce é fechada para evitar contaminação de mancha de óleo

Barreira de proteção foi feita com sacos de areia e sedimentos. Objetivo é preservar o estuário do riacho, localizado no município de Conceição da Barra

Foto: Divulgação
Barreira de proteção na foz do Riacho Doce foi feita com sacos de areia e sedimentos

A foz do Riacho Doce, em Conceição da Barra, no extremo norte capixaba, foi fechada na manhã desta quarta-feira (6) para evitar que a bacia hidrográfica seja atingida pela mancha de óleo que afetou diversas praias do nordeste, caso ela chegue ao litoral do Espírito Santo. 

O trabalho foi realizado por equipes da Prefeitura de Conceição da Barra, do Parque Estadual de Itaúnas e do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), além de voluntários, sob a supervisão da Marinha do Brasil. A barreira de proteção foi feita com sacos de areia e sedimentos. O objetivo é preservar o estuário do riacho, evitando que ele seja atingido por resíduos do óleo que possam chegar por meio do mar.

“A Foz do Riacho Doce, em alguns momentos do ano, costuma se fechar pelo movimento natural das marés e pela deposição de areia na sua desembocadura. O que fizemos hoje foi acelerar o processo de construção da barreira, tendo em vista o momento de alerta pelo qual estamos passando”, frisou o secretário municipal de Meio Ambiente de Conceição da Barra, André Tebaldi.

Durante a tarde desta quarta-feira, a Coordenação de Operações do Gabinete de Gestão de Crise realizou uma nova vistoria nas praias localizadas ao norte do Riacho Doce, com o auxílio de voluntários. Até o momento, segundo a Prefeitura de Conceição da Barra, não há registro da chegada de resíduos derivados de petróleo no litoral capixaba, e as condições de limpeza do litoral do município permanecem inalteradas.

Ações integradas

As atividades desenvolvidas em Conceição da Barra integram um conjunto de outras ações que também estão sendo realizadas nos municípios vizinhos. Na manhã desta quarta-feira, o secretário André Tebaldi manteve contato com a Secretaria de Meio Ambiente do município baiano de Mucuri e recebeu a informação de que o material coletado naquela cidade não é derivado do óleo que contaminou o litoral nordestino. “As características físicas das amostras indicam um material que está exposto à ação do vento e da natureza há um tempo bem considerável”, explicou Tebaldi.

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Já no município de São Mateus, o dia foi de alinhamento de informações no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O professor Yuri Walter e representantes do Iema e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizaram uma reunião de nivelamento e capacitação com professores, servidores e alunos da instituição. Cerca de 80 pessoas participaram da capacitação e parte desse público deverá atuar como voluntários, caso seja necessário.

Visando uma melhor organização de ações em âmbito estadual, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) convocou os secretários de meio ambiente das cidades litorâneas que vão de Conceição da Barra até Aracruz, para uma reunião em Vitória. O encontro aconteceu na terça-feira (05) e definiu a estrutura do Sistema de Comando Unificado, composto pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Fabricio Hérick Machado; pelo coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Cel BM André Có Silva; pelo superintendente do Ibama/ES, Diego Libardi Leal; e pelo comandante da Capitania dos Portos do Espírito Santo, Capitão de Mar e Guerra Silvio Fernando Ferreira.

O Sistema de Comando Unificado é o responsável pelo planejamento, logística e operação das ações que serão colocadas em prática no litoral capixaba, caso as manchas de óleo atinjam as praias do Espírito Santo.