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Funcionários da fábrica de cimento protestam em frente ao sindicato em Cachoeiro

No local, há uma placa informando que o órgão está de recesso e retorna as atividades em janeiro. Os funcionários cobram posicionamento do Sindicato quanto ao pagamento dos salários, que permanecem atrasados

Funcionários da fábrica de cimento protestam em frente ao sindicato em Cachoeiro

Na manhã desta segunda-feira (18), cerca de 80 funcionários da Itabira Agroindustrial S/A, a fábrica de cimento Nassau, em Cachoeiro, foram para a frente do Sindicato de Trabalhadores de Indústria de Cimento e da Construção Civil, localizada no bairro Coronel Borges, protestar pelos salários atrasados. No fim do mês de outubro, os funcionários cruzaram os braços e fizeram greve por uma semana por conta dos atrasos salariais.

Na porta do Sindicato, uma placa avisa que o órgão está em recesso e retorna as atividades em janeiro. Os manifestantes, acompanhados das esposas, fecharam uma pista, soltaram bombinhas e permaneceram durante toda a manhã em frente ao prédio. A Polícia Militar esteve no local e orientou os motoristas a pegar um desvio para seguir em direção à BR-101 Sul.

Os funcionários cobram um posicionamento do sindicato, alegam que estão sem receber desde o mês de agosto e a empresa não se manifesta sobre o pagamento. Além disso, cobram o pagamento do 13º salário e o pagamento das parcelas do acordo, para quitar os salários atrasados do ano anterior. Desde o início deste ano, o salário dos funcionários foi reduzido para 65% após um acordo na Justiça para impedir que os pagamentos ficassem em atraso.

Segundo os funcionários, a empresa deu férias coletivas e a fábrica está operando apenas com 70 trabalhadores. “A empresa não se manifesta sobre os nossos salários e o sindicato, que deveria cobrar, não está ajudando e ainda entrou em recesso e nos deixou nesta situação. Só queremos receber o que é nosso de direito”, comenta um funcionário, que prefere não se identificar.

Providências

Por meio de nota, assinada pelo presidente Francisco Azevedo Amorim, o Sindicato de Trabalhadores informa que, desde o início do ano, vem tentando regularizar a situação dos atrasos salariais impostos pelo empregador, e que há uma Ação Civil Pública, com sentença e em fase avançada de execução.

Ainda segundo a nota, na última sexta-feira (8), o fornecimento de energia elétrica da fábrica, foi cortado e permanece interrompido até esta segunda-feira (18). Com isso, a empresa concedeu licença remunerada aos empregados até o dia 18 de janeiro de 2018, o que agrava a crise enfrentada pelos empregados.

O Sindicato reafirma que as medidas necessárias ao recebimento dos passivos trabalhistas estão sendo tomadas pelo Sindicato e pelo Ministério Público do Trabalho, mas até esta segunda-feira (18), não se tornaram efetivas para regularizar os pagamentos atrasados e demais verbas trabalhistas. Independente do recesso que o Sindicato entrou, as medidas judiciais estão sendo tomadas ao âmbito da Ação Civil Pública em curso. O Sindicato esbarra na morosidade do Judiciário, que entra em recesso de 20 de dezembro de 2017 a 6 de janeiro de 2018, e até o dia 20 de janeiro de 2018, com os prazos suspensos.

A reportagem tentou contato com a empresa, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.