Está pensando em adotar um gato? Uma das dúvidas mais comuns é saber se eles precisam ou não passear, hábito comum nos cães.
Em alguns países europeus, por exemplo, é possível ver tutores em parques conduzindo seus felinos por uma coleira. Mas, afinal, os gatinhos realmente têm necessidade de sair para tomar um ar fora de casa? E, se sim, qual a melhor maneira de levá-los?
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Em entrevista ao Portal R7, Michele Matsubara, veterinária comportamentalista, conta que passeio não é considerado uma atividade essencial para os gatos.
“Por se tratar de uma espécie classificada como sociável com limitações, o excesso de estímulos e a falta de referência do seu próprio território pode trazer mais medo e insegurança do que bem-estar para a maioria dos gatos. Para os corajosos exploradores, requer treino gradual a ser seguido à risca desde filhote antes de iniciarem a rotina de passeios, que devem acontecer somente em locais calmos e seguros com pouco ou nenhum outro animal ou pessoa”, diz.
O médico-veterinário Ricardo F. de Pauli explica que os felinos têm em sua natureza o comportamento de explorar o território onde vivem por cerca de 1 ou 2 km.
“Quando os trazemos para morar em casa, esse espaço fica mais restrito, mas o instinto se mantém”, afirma.
Gato ‘outdoor’ e ‘indoor’
Ricardo ensina que existem gatos ‘outdoor’, que têm acesso à rua, e gatos ‘indoor’, que não saem de casa.
Os primeiros têm o benefício de expressar os comportamentos naturais da espécie e, certamente, terão uma vida mais ativa e aventureira.
“Porém, sabemos que ter acesso à rua pode trazer diversos riscos ao animal, como atropelamentos, brigas, acidentes, transmissão de doenças. Por conta disso, sabemos que esses bichos têm uma expectativa de vida muito menor”, avisa.
Já os gatos ‘indoor’, por estarem em um ambiente mais seguro, poderão ter uma expectativa de vida muito maior.
“No entanto, podem surgir outros riscos à saúde, como sedentarismo e obesidade. Além disso, a falta de acesso à rua impede o animal de ter seus comportamentos naturais e esse animal poderá desenvolver mais ansiedade e tédio. A boa notícia é que é possível ter um gato em casa de uma forma saudável e segura através de enriquecimento ambiental, estímulos com brincadeiras e com a realização de passeios”, afirma.
A forma correta de sair com seu gato
Os dois especialistas são incisivos sobre o acessório que se deve usar no gato, caso o tutor queira começar a passear com ele na rua, o uso de peitorais, em vez de coleiras.
“As coleiras devem ser utilizadas exclusivamente para identificação, podendo conter dados como nome, contato dos tutores, etc. As coleiras podem ser bem aversivas aos gatos quando utilizadas sob tração em passeios, além de gerar lesões cervicais a esses animais. Recomendamos sempre a utilização de peitorais específicos para gatos para passeios, que são muito mais seguros e confortáveis para os bichanos”, enfatiza Ricardo.
Os peitorais devem estar ajustados devidamente no corpo do felino, para que fique confortável. “E demandam treino gradual para que o gato possa usar a coleira sem ficar ‘petrificado’”, completa Michele.
Coleiras antipulgas e carrapatos
Além de serem fundamentais para a identificação dos pets, existem atualmente no mercado coleiras que possuem ação ectoparasiticida, ou seja, são efetivas para o controle de pulgas e carrapatos.
“Vale ressaltar que elas podem ter um odor forte, o que as torna extremamente aversivas aos gatos. Caso você opte por utilizar uma, escolha sempre aquelas sem cheiro”, comenta Ricardo.
“Essas coleiras liberam o princípio ativo do antipulgas aos poucos na pele, e devem ser usadas continuamente até a data de troca indicada pelo fabricante”, acrescenta Michele.
*Com informações do Portal R7