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Governador fala sobre índice de isolamento no ES e reforça limite de ocupação de leitos de UTI: '80%'

Casagrande ressaltou que, dependendo da taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus, o Estado poderá voltar atrás na liberação da atividade comercial

Foto: Reprodução TV Vitória

Mesmo com a reabertura gradual do comércio considerado não essencial em todo o Espírito Santo, o estado apresentou uma leve melhora no isolamento social nesta segunda-feira (11), primeiro dia em que boa parte dos estabelecimentos voltou a funcionar. Na comparação com a segunda-feira da semana passada, quando passaram a valer algumas regras para o comércio, mas ainda não era permitida a abertura das lojas, o índice de isolamento em todo o Espírito Santo passou de 46,3% para 47,6%.

No entanto, em alguns municípios onde o comércio foi reaberto nesta segunda-feira, como Fundão, o crescimento do índice de isolamento social foi significativo de uma semana para outra, passando de 42,2% para 52,8%, um aumento de mais de dez pontos percentuais.

O fato foi destacado pelo governador Renato Casagrande, durante pronunciamento realizado na noite desta terça-feira (12). “Ainda não é o ideal, que para nós é 55%, mas estamos trabalhando para a gente chegar lá”, afirmou.

O governador citou também o aumento do isolamento social, do dia 4 para o dia 11, em outros municípios, como Cariacica (passou de 42,8% para 43,8%), Guarapari (de 45,3% para 46,7%), Santa Teresa (de 54,7% para 56,4%), Serra (de 42,6% para 44%), Viana (de 45,6% para 46,4%), Vila Velha (de 45,5% para 46,5%) e Vitória (de 46,7% para 47,8%). 

Já na Grande Vitória, o índice passou de 44,39% para 46,86%. Mesmo assim, a região metropolitana segue sendo a microrregião capixaba com pior índice de isolamento social.

Casagrande também destacou a redução dos passageiros do transporte público na Grande Vitória. Segundo o governador, antes da pandemia mais de 600 mil pessoas utilizavam os ônibus do sistema Transcol. No dia 4 de maio, foram registrados 259.516 usuários do sistema e, nesta segunda (11), esse número caiu para 252.104.

“O isolamento social aumentou um percentual pequeno, mas aumentou. Isso mostra que nós temos caminhos para não conceituar isolamento social apenas ao fechamento do comércio. Nós temos um caminho para a gente ir descobrindo formas de reduzir a interação e de fazer valer uma regra estabelecida pelo governo do Estado e pelos governos municipais, que permita que a gente possa alcançar o isolamento sem sacrificar um único setor”, destacou Casagrande.

Leitos de UTI

O governador, no entanto, ressaltou que, dependendo da taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus, o Estado poderá voltar atrás na liberação da atividade comercial e ampliar ainda mais as restrições. Por isso, ele voltou a afirmar a importância de as pessoas manterem o isolamento social e adotarem as medidas de prevenção ao contágio, como uso de máscaras, de álcool em gel e evitar aglomerações.

“Nós temos nossos limites. Temos que ir ampliando o isolamento social e não podemos passar de 80% de uso de leitos de UTI. Na data de hoje, estamos com 65% de uso de leitos de UTI. Nós temos já mais de 400 leitos abertos de UTI, só para covid. Se chegarmos a 80%, vamos ter que tomar outras medidas de ampliação compulsória do isolamento social”, afirmou.

Casagrande frisou ainda que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está fechando contrato com unidades de saúde para que elas recebam pacientes com outras enfermidades e, dessa forma, desafoguem os hospitais de referência para covid-19 no Espírito Santo.

Uma dessas unidades é a Clínica dos Acidentados, em Mário Cypreste, Vitória, que o governo do Estado regulará para que ela passe também a prestar serviço de clínica médica, com leitos de enfermaria e UTI para outras enfermidades que não a covid-19. Segundo Casagrande, a clínica conta com cerca de 100 leitos.

Outra unidade que o governo estadual pretende utilizar para realocar esses pacientes é o Hospital dos Servidores, na Cidade Alta, Centro da capital, que possui cerca de 80 leitos. 

“Estamos comprando leitos do setor privado, ampliando a parceria com os hospitais filantrópicos, para que a gente esteja sempre um passo adiante da demanda de leitos. Ter leitos é garantia de dignidade às pessoas”, destacou o governador.