São Paulo – A Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo criou nesta quarta-feira, 9, um grupo de trabalho para diagnosticar a situação das 21 barragens de rejeitos do Estado.
O painel, que conta com especialistas da área de mineração, bem como representantes da Defesa Civil estadual, do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), deve apresentar até o final de fevereiro do ano que vem um relatório recomendando às empresas eventuais adequações de estrutura, adoção de novas tecnologias e diminuição de riscos.
O grupo de trabalho é formado também, entre outros, por representantes do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O secretário de Energia e Mineração do Estado, João Carlos Meirelles, afirmou que o trabalho já vinha sendo planejado desde o começo do ano, mas ganhou notoriedade após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), que deixou ao menos onze mortos.
“Além de verificar a situação atual das barragens e os riscos que elas podem causar, esse grupo de trabalho quer olhar para o futuro e sugerir inovações”, disse.
Levantamento
Um estudo sobre as barragens de rejeitos de São Paulo, apresentado no encontro, mostra que o Estado tem 21 reservatórios cadastrados, de pequeno porte e que guardam rejeitos da produção de areia e brita, em sua maioria.
A maior das barragens está localizada no município de Cajati, no litoral sul paulista. Ela tem volume de 5,9 milhões de metros cúbicos, 75 metros de altura e guarda rejeitos da exploração da turfa, um tipo de carvão mineral usado para conter derramamentos de petróleo e na agricultura.
De acordo com a secretaria, o Estado possui mais de 2.800 minas em operação, com 95% da produção concentrada em areia, brita, calcário e argila. São Paulo é o terceiro maior produtor de bens minerais do País, atrás de Minas Gerais e Pará.