Um modelo canadense será usado para monitorar os rios no Espírito Santo. o Estado é o primeiro do Brasil a testar o projeto. De acordo do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o objetivo é padronizar um modelo de monitoramento de águas e de despoluição dos rios.
Nesta quarta-feira (09) será lançado o Guia de Monitoramento Ambiental de Recursos Hídricos. O projeto foi realizado pelo Instituto Aplysia em parceria do Governo do Estado, por meio do Iema e Cesan e outras 24 instituições.
Segundo o Iema, atualmente, existem regulamentações federais que preveem o uso do monitoramento ambiental, mas nenhuma delas padroniza os métodos utilizados pelos órgãos de controle do meio ambiente para fiscalizar a descarga de resíduos nos rios, nem prioriza o impacto causado nas espécies atingidas.
Com o guia, ficam estabelecidas medições mais aprofundadas dos ecossistemas aquáticos, o que permite avaliar melhor se as regulações de proteção de animais e vegetais aplicadas na região são suficientes. A ferramenta auxiliará, por exemplo, no mapeamento de ambientes hídricos que precisam de recuperação prioritária quando contaminados. Assim, ações de recuperação de rios atingidos por poluição de esgotos domésticos e industriais, passam a contar com ferramenta padronizada de avaliação do impacto, auxiliando de forma mais objetiva no seu enquadramento e recuperação.
O Guia, segundo o site do Instituto Aplysia, “visa aplicar o protocolo padrão de monitoramento dos recursos hídricos da agência ambiental federal canadense à realidade brasileira, nos estuários dos rios capixabas Benevente, Jucu e Santa Maria da Vitória”.
Os estudos que foram desenvolvidos durante 16 anos pelo Instituto e transformados no guia, avaliam, entre outras coisas, a qualidade de vida dos peixes, a reprodução e qualidade da água.
De acordo com a presidente do Instituto Aplysia, Tatiana Furley, especialmente nesse momento em que o Rio Doce sofre com a tragédia do rompimento das barragens da Samarco em Mariana/MG, o modelo se torna ainda mais adequado, pois utiliza a experiência do Canadá com os impactos provocados pela mineração nos recursos hídricos. “A ferramenta pode auxiliar no acompanhamento da revitalização do Rio Doce”, pontua.
Essa aplicação vai ser apresentada durante a cerimônia de lançamento, que será realizada nesta quarta, 9 de dezembro, no Palácio Anchieta, pelos cientistas do governo canadense Larry Mark Hewitt, especialista em identificação toxicológica e estudos de avaliação; Joanne Louise Parrott, especialista em estudos de toxicologia de peixe; e Mark Ervin McMaster, especialista em estudos dos efeitos na saúde dos peixes.