Nova York – A queda acentuada dos preços do petróleo pode fazer a produção de óleo de xisto cair levemente no segundo semestre do ano, afirmou nesta terça-feira o Departamento de Energia dos Estado Unidos. O declínio seria o primeiro em quase seis anos de crescimento ininterrupto da produção de óleo de xisto no país.
Os preços dos contratos futuros de petróleo chegaram a ser negociados abaixo dos US$ 45 nesta terça-feira, o menor nível desde 2009, levados por declarações do ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não iria cortar seu teto de produção.
O crescimento da capacidade de produção de xisto nos Estados Unidos, juntamente com o aumento da produção no Canadá e no Iraque, é uma das grandes causa da queda do preço da commodity. Mas este movimento está forçando empresas perfuradoras a atrasar ou mesmo cancelar novos projetos de exploração.
Com isso, o Departamento de energia acredita que a produção deve começar a cair na segunda metade do ano, depois de atingir um pico de 7,4 milhões de barris por dia em maio. Eles devem chegar a 7,2 milhões de barris em dezembro.
“Muitas empresas pararam de perfurar em busca de novos poços com a queda dos preços”, afirmou Adam Sieminki, diretor da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), agência ligada ao Departamento de Energia.
No ano, a produção média dos EUA ainda deve superar a de 2014, mas a uma taxa menor do que nos últimos quatro anos. Se os preços do petróleo voltarem a subir em 2016, a produção norte-americana pode chegar a 9,5 milhões de barris por dia, pouco abaixo do recorde de 9,6 milhões de barris alcançado na década de 1970. A agência acredita que o preço médio do petróleo em 2015 fique em US$ 58, e que em 2016 chegue a US$ 75.
A EIA afirma, entretanto, que é muito difícil fazer previsões sobre o petróleo neste momento. Para ilustrar, ela mostra suas previsões para dezembro próximo, em que os preços podem variar entre US$ 28 e US$ 112 por barril. Fonte: Associated Press.