
Brincar já faz parte da rotina das crianças, mas aquelas com necessidades especiais precisam de um espaço com brinquedos adaptados. Na Grande Vitória, por exemplo, apenas oito parques municipais possuem acessibilidade para atender aos pequenos.
O desafio dos pais de crianças portadoras de necessidades especiais é encontrar um espaço adequado para os filhos aproveitarem. A Érika do Nascimento, mãe da pequena Antonella, conta que os brinquedos adaptados ajudam ela a brincar e se desenvolver.
“A Antonella possui paralisia cerebral. E ali (nos brinquedos) ela vai desenvolvendo, brincando, aprendendo. Aproveita para se locomover e, cada vez mais, explorar do ambiente”.
O Miguel é uma criança de cinco anos e portador de atrofia espinhal, uma doença que afeta a capacidade de caminhar, comer e, até mesmo, respirar. A mãe dele, Marília Portes, reforça a importância da acessibilidade.
“A questão deles se sentirem mais independentes e não precisarem de alguém junto para se divertir. Muitas vezes ele fala ‘mamãe, não quero te dar trabalho’. A questão da acessibilidade é importante até mesmo para a cabecinha dele”.
A capital Vitória tem cinco parquinhos com brinquedos com adaptações para crianças com necessidades especiais. Para os pequenos e os familiares, a brincadeira ajuda no desenvolvimento e na inclusão com outras crianças.
“É necessário essa inclusão para as crianças entenderem que existem crianças que não andam como eles andam, não correm como eles correm”, destacou a mãe de Miguel.
Na Grande Vitória, são oito espaços adaptados. Na Capital, eles estão localizados no Tancredão, Parque Moscoso, Centro Esportivo de Goiabeiras, a Pracinha de Santo Antônio e o Parque da Pedra da Cebola. Na Serra, um está no Parque da Cidade e o outro no Parque Caminho do Mar, em Bicanga.
No município de Vila Velha, o espaço na Prainha é o único adaptado em toda a cidade. Em Cariacica, nenhum parque possui brinquedos adaptados, mas a prefeitura informou que planeja adquirir 50 equipamentos.
O Presidente da Federação das Apaes do Espírito Santo, Vanderson Gaburo, destacou os principais desafios na hora de estruturar espaços coletivos e sociais que sejam inclusivos.
“Os desafios de implantar uma sociedade mais justa e inclusiva passa pela necessidade de estruturar espaços coletivos e sociais que estejam abertos à participação de todos. Que reconheçam as diversidades e que deem condição para que todas as pessoas possam usufruir desses ambientes”.
Assim como a mãe da Antonella e do Miguel, muitos pais com crianças que são portadoras de alguma necessidade lutam por espaços mais inclusivos que possam entreter os filhos e fazê-los mais livres.
“Quando a gente tem uma criança com algum tipo de necessidade especial, primeiramente, a gente ama e depois corremos atrás dos direitos que eles tem. O que a gente mais luta é para ter igualdade”, reforçou Érika.
*Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória / Record TV.