Diante da pandemia do novo coronavírus, que atinge o Espírito Santo e todo o Brasil, ainda resta espaço para a solidariedade. Grandes empresas capixabas continuam se mobilizando para ajudar no enfrentamento e combate à doença.
Brechó fechado, boa parte das atividades suspensas, voluntários sem poder sair de casa e funcionários em home office. Tudo está mais difícil na Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci), mas o atendimento às famílias não para. Na associação, 12 famílias continuam hospedadas e outras 21 dependem de ajuda até para colocar comida na mesa. São pais de crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, que lutam contra o câncer. Muitos tiveram que largar o trabalho para acompanhar os filhos, por isso dependem da ONG.
Para complicar, a arrecadação de doações está mais difícil durante a pandemia. A Acacci chegou a criar um sistema online, mas o ritmo é menor. Após longas semanas sem boas notícias, o alívio: R$ 55 mil para a compra de cestas básicas e kits de higiene. “Algumas famílias foram prejudicadas, perderam os empregos e deixaram de trabalhar. Com isso, a renda diminui. Esse recurso vai ajudar no tratamento do paciente, que não é só medicamentos, mas isso vem para complementar”, disse Isabella Vasconcelos, assistente social da ONG.
Além da Acacci, outras 10 instituições do Espírito Santo receberam um aporte financeiro para ajudar as famílias que têm maior necessidade nessa época de pandemia. Quem deu essa ajuda foi a EDP, como uma forma de enviar uma energia diferente. “Nós queremos levar nossa melhor energia, em todos os sentidos. Para que elas possam ficar em casa, cumprir o isolamento social, mas também que a gente possa ser solidário e minimizar o impacto da pandemia a essas comunidades mais carentes”, disse o diretor geral da EDP Espírito Santo, Fernando Saliba.
Se transformar essa forma de “energia” em números, são 550 mil reais, que serão distribuídos entre 1,8 mil famílias no estado. A EDP também doou R$ 1,5 milhão de reais para a Santa Casa de Cachoeiro, hospital de referência da covid-19 no sul do estado. O dinheiro vai para a compra de medicamentos e equipamentos de proteção.
Gestores da empresa também estão sendo estimulados a entrar em campanha. “Nesse momento estamos lançando um novo projeto para incentivar, tanto os nossos colaboradores, quanto os gestores, a fazer doações para que compremos kits de higiene e cestas básicas para as comunidades vulneráveis”, explicou Saliba.
Já a Arcelor Mittal, que já entregou máquinas de corte e costura para o Sistema Prisional do Estado, há 20 dias, e doou kits de limpeza para cinco abrigos de Vitória, ampliou as ações de solidariedade. Desta vez, enviou material para organizações não-governamentais, que irão confeccionar 10 mil máscaras caseiras. “Temos outros projetos em andamento. Entendemos que este é um momento importante para todos nós. Em breve, tudo isso irá passar e estaremos mais fortalecidos”, destacou Jennifer Coronel, gerente de comunicação da ArcelorMittal Tubarão
Em outra ação, disponibilizou cinco linhas de celulares para o Tribunal de Justiça, que serão usadas para ligações de denúncia e acompanhamento, ajudando na Campanha de Combate à Violência Doméstica.
Em outra vertente, a Petrobras vem colaborando com o diagnóstico da covid-19 no estado. A empresa doou 5 mil testes para o Laboratório de Saúde Pública do Espírito Santo. No mês passado, a empresa já havia entregue 15 mil testes. Além disso, comprou 2,5 mil máscaras de tecido do projeto Tamar, para distribuir aos colaboradores. “Foram entregues a hospitais e centros de saúde, máscaras, luvas e óculos. A Petrobras ainda revolucionou o seu potencial de inovação para apoiar no combate ao coronavírus”, disse.