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Grávida perde bebê e família acusa maternidade de Cariacica

Este é o segundo caso que aconteceu nesta semana na maternidade. O diretor do hospital afirmou que tudo não passou de uma infeliz coincidência

Parentes afirmam que Alana passou 12 horas em trabalho de parto Foto: TV Vitória

A família da jovem Alana Santos acusa a Maternidade de Cariacica de negligência médica. Isso aconteceu após a jovem, que estava grávida, perder o bebê. De acordo com a família, a criança morreu dentro da barriga da mãe.

De acordo com Daniel Souza Santos, marido de Alana, a mulher iniciou o trabalho de parto por volta das 6 horas de quarta-feira (4), e logo deu entrada na Maternidade de Carapina, na Serra. Por volta das 14 horas, a jovem foi encaminhada para a Maternidade de Cariacica. “Consegui a vaga, mas nesse procedimento ela foi mal atendida, sangrava muito e sentia muitas dores”, afirma.

Segundo a família, do momento em que ela saiu de casa até ir para o centro cirúrgico, Alana passou 12 horas em trabalho de parto. Às 16h20 uma médica passou pelo quarto e disse que ela teria que esperar mais para completar a dilatação. Ela disse que voltaria às 17h20, o que não teria acontecido. 

Ainda segundo a família de Alana, por volta das 18h20, os médicos constataram que o bebê não tinha mais batimentos cardíacos. “Fizeram um parto muito forçado e o bebê já nasceu morto”, contou a cunhada de Alana, Vaneide Souza Santos.

Esse foi o segundo caso registrado no hospital. No mesmo dia, a família de Jéssica Silva também acusou a equipe médica da Maternidade de Cariacica de negligência. A jovem passou a madrugada em trabalho de parto, esteve na maternidade por volta de 2h30, foi atendida e informada que ainda não estava na hora do parto. Pela manhã, quando voltou ao hospital, já tinha perdido o bebê.

A Maternidade de Cariacica realiza por mês cerca de 350 partos. Em média, 12 gestantes dão entrada por dia para ganhar seus bebês. Segundo a diretor do hospital, Eduardo Pereira Soares, estes são os primeiros casos de óbito fetal deste ano. Por coincidência, os dois aconteceram no mesmo dia.

“A Jéssica foi avaliada durante a madrugada pelos médicos que estavam de plantão e eles viram que não havia indicação para internação, pois ela não estava em trabalho de parto. Por isso, ela foi orientada a ficar em casa de repouso e retornar quando as contrações aumentassem. Logo após ela teve um descolamento da placenta no início do trabalho de parto, e isso é uma fatalidade. Já a Alana, foi encaminhada de outro hospital. O trabalho de parto foi acompanhado e como ela já teve filhos em parto normal, isso foi estimulado. No final, os médicos identificaram que a criança não tinha batimentos cardíacos. Ela também teve várias infecções”, explicou. 

O hospital informou que vai fazer uma avaliação da conduta da equipe para saber se houve falha no atendimento, disse ainda que aguarda o laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para saber a causa da morte do bebê. A partir do resultado do SVO é que o hospital vai decidir se abre ou não uma sindicância.

O pai da criança afirma que se for constatado negligência, ele vai processar o hospital e os médicos