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Grupo compra pacote de viagem, vai ao aeroporto, mas não recebe as passagens

Cerca de 40 pessoas embarcariam de Vitória para Foz do Iguaçu no último dia 19. Vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência

Foto: TV Vitória
Vítimas estiveram na Divisão Patrimonial, onde registraram boletins de ocorrência contra a empresa

Um grupo de cerca de 40 pessoas afirma ter sido enganado por uma empresa de turismo de Vitória. As vítimas contam que pagaram por um pacote de viagem, fizeram as malas e foram para o aeroporto. No entanto, bem na hora do embarque, descobriram que não havia passagens reservadas em seus nomes.

O grupo embarcaria para Foz do Iguaçu, no Paraná, no último dia 19. A viagem foi organizada pela empresa L&A Turismo. O homem que seria o dono da empresa se identifica para as vítimas como Luciano Evaristo dos Santos.

Nesta sexta-feira (28), Luciano mandou uma mensagem para as vítimas, afirmando que devolverá o dinheiro de todos. No entanto, as vítimas acreditam que essa é mais uma das promessas feitas pelo empresário.

Um vendedor de 25 anos, que faz parte do grupo de 40 turistas que não conseguiram viajar para Foz do Iguaçu, diz que mora no mesmo bairro que familiares do dono da agência. Segundo o rapaz, que prefere não se identificar, há quatro anos o empresário organiza viagens. Inicialmente, os clientes eram membros da igreja que ele frequentava, mas, com o tempo, novos clientes foram aparecendo após indicações.

“Era um sonho. Na verdade, eu me programo há muito tempo para viajar com minha família. Essa seria a oportunidade perfeita, mas infelizmente foi um fiasco. O meu pacote eu paguei R$ 1.400 no cartão. Ia eu, minha esposa e meu filho de 1 ano e 4 meses”, contou.

O vendedor disse que passou a desconfiar do empresário quando uma prima dele desistiu da viagem e pediu o reembolso. “Vimos que teve [viagem para] Gramado, que ele não cumpriu. Teve viagem para, se não me engano, Betel, que ele cumpriu, mas cumpriu pelas coxas”, listou.

Quem também afirma ter sido enganada pelo empresário é a aposentada Irene Venturini. Ela disse que, além de contratar o serviço de viagem para Foz do Iguaçu, fechou um pacote de R$ 1 mil para Fernando de Noronha, para onde iria em fevereiro.

“Um amigo que indicou e eu comprei para a família toda: filhos, netos, genro, amigos, sobrinha. Todo mundo doido no aeroporto, todo mundo com sua mochilinha, com sua bolsa, sua mala. Deu a hora e ele não apareceu. Aí desconfiamos, fomos no guichê e não tinha o nome de ninguém”, contou a aposentada.

Foto: Reprodução
Família de aposentada chegou a registrar fotos no Aeroporto de Vitória, mas a viagem não aconteceu

Já Sônia Regina Apelfeler, também aposentada, conta que chegou a tirar fotos no Aeroporto de Vitória, na expectativa de iniciar a viagem. No entanto, não foi possível registrar mais imagens na cidade paranaense.

“As fotos no aeroporto são a única lembrança que eu tenho da viagem de Foz do Iguaçu. Quando chegamos no aeroporto, não tinha passagem nenhuma para embarcar”, lamentou.

Boletim de ocorrência

As vítimas da empresa de viagens procuraram a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência. A PCES informou que o caso será investigado. “Resolvemos juntar nosso grupo para vir aqui na delegacia fazer o boletim de ocorrência para tentar frear ele, porque ele ainda está vendendo passagens para Fernando de Noronha”, contou o vendedor.

De acordo com a diretora-presidente do Procon estadual, Lana Lages, reclamações de problemas com pacotes de viagens são frequentes no órgão. Em 2018, foram registradas 300 queixas. Já neste ano, mais de 200.

“As pessoas precisam estar atentas também ao que elas estão contratando, qual tipo de serviço ou produtos elas estão adquirindo. Na maioria das vezes, a gente tem o consumidor insatisfeito por uma má prestação de serviço, mas ele também não tomou a cautela necessária na aquisição do pacote, em saber exatamente o que estava adquirindo”, ressaltou Lages.

“O consumidor que se sentir lesado deve procurar o Procon, deve registrar a sua reclamação. Nós entraremos em contato com a empresa e, em caso de realmente uma lesão ao patrimônio do consumidor, uma abusividade, nós faremos o possível para ele reaver esse dinheiro sim”, completou a diretora.

A produção da TV Vitória/Record TV tentou contato com o responsável pela agência de viagens, mas as ligações não foram atendidas e as mensagens não foram respondidas até o início da noite desta sexta-feira.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV