Com o objetivo de lembrar o Dia Nacional da Adoção, um grupo de apoio e de estímulo à adoção convidou fotógrafos voluntários para captar as diferentes configurações de famílias que se formam através do processo de adoção e realizar, com o resultado das fotografias, uma exposição.
O resultado foram 16 imagens que traduzem bem o nome do evento: “Toda criança tem direito a crescer numa família amorosa e responsável”. A exposição será itinerante e passará por três locais em Vitória e Vila Velha. A primeira etapa acontece no Shopping Jardins, de 25 de maio, Dia Nacional da Adoção, até o dia 31. Depois ela fica de 1º a 15 de junho no Shopping Vitória e encerra a itinerância no período de 16 a 30 de junho no Shopping Vila Velha, sempre no horário de funcionamento dos Shoppings.
O Grupo Ciranda, que atua desde 2008 com o objetivo de apoiar e estimular a adoção, enxergou no Dia Nacional da Adoção uma oportunidade de apresentar e propagar uma “Nova Cultura da Adoção” no Brasil, de maneira a reduzir significativamente tabus e preconceitos, a fim de gerar uma maior conscientização em relação ao tema.
“É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral” (Art. 19.- Estatuto da Criança e do Adolescente)
Preconceito quanto à adoção
O principal medo dos interessados na adoção talvez seja a herança genética – aí se enquadram caráter, doenças e problemas de comportamento. Geralmente, as pessoas conhecem e enfatizam estórias de “adoções” que “não deram certo” e ficam com receio de terem problemas, como se filhos biológicos tivessem garantias. Todos os medos, no entanto, desaparecem quando se entende a adoção como é: desejo de ter filhos.
Perfil para adoção
Muitos habilitados ainda querem crianças menores de três anos para que não tenham tido influência da família biológica. Outros ainda dão preferência a meninas e de pele clara ou crianças com cor de pele parecida com a do adotante para não dar muitas explicações. A questão de mudança cultural é algo lento e esbarra na falta de informação sobre o que é adoção. Há uma observação na mudança do perfil das crianças e adolescentes por parte de uma pequena parte dos pretendentes, o que já é uma importante conquista. Mas muito ainda precisa ser feito!
Situação da adoção no Espírito Santo
No Espírito Santo há mais pessoas interessadas em adotar do que crianças/adolescentes disponíveis. Isso acontece devido à faixa etária, já que a maioria das pessoas deseja crianças mais novas. Essa realidade é nacional e precisa ser entendida, pois é uma conta que não fecha.
É necessário esclarecer que nem todas as crianças/adolescentes abrigadas estão disponíveis para adoção. Há falta de estrutura física e de pessoal nas Varas de Infância para atender às demandas necessárias para resolver a situação de todas as crianças/adolescentes em situação de abrigamento. Em muitas situações, demora-se muito tempo para definir a destituição ou não do poder familiar, tornando maior o período de abrigamento.
Veja algumas fotos
