O grupo Santa Cruz de Monte Alegre tem mais de 130 anos de fundação, está em atividade até os dias de hoje, praticando ritmos e danças afrobrasileiros, conhecidos como caxambu, típicos das regiões quilombolas. Ele é certificado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Imaterial do Brasil, e é comandado há mais de 50 anos pela mestra Maria Laurinda Adão, contando com a participação de vários moradores da comunidade.
A comunidade quilombola de Monte Alegre, localizada no interior de Cachoeiro de Itapemirim, recebe mensalmente, desde janeiro, o projeto “O som de Monte Alegre”, realizado com apoio da Secretaria da Cultura (SeCult) com a intenção de manter vivas e dar visibilidade às tradições dos quilombos, como a roda de caxambu.
O projeto coloca crianças e adolescentes da região em contato com os costumes quilombolas, em rodas de conversa com as mestras do caxambu Santa Cruz Maria Laurinda Adão, Adevalmira Adão Felipe e Neuza Gomes Ventura. Ao final, ocorre um festejo com a música tradicional das regiões de quilombo.
“Nós vemos que os mais novos ficam muito contentes e interessados quando a gente conta nossas histórias e quando ensinamos sobre o caxambu. Quanto mais sabem, mais querem saber”, afirma a mestra Adevalmira Adão.
Para Genildo Hautequestt Filho, coordenador técnico do projeto, “o projeto fortalece o grupo de caxambu Santa Cruz e contribui para a incorporação de novos membros entre os moradores da comunidade, principalmente crianças, que garantirão sua continuidade”.
O ponto alto dos festejos do Santa Cruz ocorre anualmente em 13 de maio, quando é realizada no local a festa “Raiar da Liberdade”, em que o grupo, juntamente com seus convidados, relembra e celebra o fim da escravidão no Brasil.