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GVBus diz que greve é ilegal e vai acionar a Justiça para que rodoviários voltem ao trabalho

Ao todo, cerca de 400 profissionais cruzaram os braços, impedindo a saída de 180 veículos da garagem, o que prejudicou a operação de cerca de 50 linhas

Foto: Leitor | Whatsapp Folha Vitória

O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) disse que a greve dos rodoviários é ilegal e que vai entrar na Justiça para impedir a paralisação.

Desde o início da operação do dia, motoristas e cobradores da empresa Santa Zita, em Viana, uma das operadoras do Sistema Transcol na Grande Vitória impediram 180 veículos foram de sair da garagem.

Por meio de nota, o GVBus afirmou que a paralisação, realizada pelo Sindirodoviários, é ilegal, pois “fere a Lei de Greve, que prevê a publicação de edital informando à população sobre esse tipo de situação com 72 horas de antecedência”.

Para o sindicato das empresas, a categoria pegou a todos de surpresa mais uma vez. Segundo a nota, isso desrespeita os cidadãos que dependem do transporte coletivo para se locomover. Por disso, o GVBus e a empresa vão acionar a justiça, solicitando que os trabalhadores liberem a saída da garagem e assumam seus postos de trabalho imediatamente.

Ao todo, cerca de 400 profissionais cruzaram os braços, impedindo a saída de 180 veículos da garagem, o que prejudicou a operação de cerca de 50 linhas. Como a empresa é responsável por maior parte da operação no município de Viana, a população da cidade foi a mais afetada. Além disso, entre outras, também foram prejudicadas as linhas 504 (T. Itacibá x T. Jacaraípe), 509 (T. Campo Grande x T. Carapina), 526 (T. Vila Velha x T. Campo Grande) e 700, que liga os terminais Itacibá e Campo Grande.

Jornada Reduzida

Sobre a contratação de funcionários em jornada reduzida, o GVBus reiterou, ainda por meio da nota, que o modo está previsto em lei, e que, por esse motivo, a empresa está atuando de forma legal. “Além disso, quaisquer reivindicações de alterações de cláusulas contratuais tem o momento correto para serem discutidas, que é nas negociações trabalhistas, que acontecem no mês de novembro. A alegação de descumprimento do acordo coletivo precisa ser provada, o que não aconteceu até o momento”, disse a nota.

Evasão de receita

A nota encaminhada pelo GVBus é complementada com as informações do combate à evasão de receitas. Segundo o sindicato das empresas, desde o início do ano os trabalhadores estão sendo reunidos para esclarecer sobre os impactos da evasão de receitas para toda a sociedade. Veja o que diz a nota a respeito deste assunto:

Após um levantamento, o GVBus identificou algumas práticas que oneram o sistema: pulo de roleta, fraudes às gratuidades, embarque irregular pela porta do meio e “caronas”. Tais práticas representam um prejuízo de cerca de R$ 960 mil por mês, sendo R$ 375 mil somente decorrente do pulo de roleta. Só em 2018, foram aplicadas 6.798 penalidades por uso indevido de gratuidades.

Tais números expressivos apontaram a necessidade de reforçar junto aos funcionários de todas as operadoras a importância de seguir as regras e de orientar os passageiros sobre a obrigatoriedade de pagar a tarifa.

Durante as reuniões, são abordados temas como profissionalismo, o bom atendimento e tratamento com os clientes, os impactos da evasão de receita do transporte coletivo para toda a sociedade e sobre as formas de combater essas práticas. Momento de relembrar a eles as instruções que receberam ao assinar o contrato de trabalho.

Ressaltamos que as empresas já fazem um trabalho de combate à evasão. Todos os coletivos contam com o sistema de biometria facial, voltado ao controle do uso das gratuidades, e desde 2016 catracas altas estão sendo instaladas para aumentar a sensação de segurança dentro dos ônibus e inibir o pulo de roleta. Porém, cobrar do passageiro o pagamento da passagem é uma obrigação dos motoristas e cobradores.

Reiteramos que a orientação é que eles expliquem para a população que pular o roleta, andar de carona ou embarcar pela porta do meio sem pagar a tarifa é proibido, assim com burlar as regras das gratuidades. E que evitem entrar em qualquer conflito que coloque em risco sua integridade física.

O Sistema Transcol gera cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos. Entendemos que o transporte público coletivo é a solução para a mobilidade na Região Metropolitana de Vitória e, por isso, precisa ser valorizado. Uma das formas de alcançar isso é garantir o direito de ir e vir das pessoas, e o pagamento da tarifa, que sustenta o sistema.

Paralisação

Os portões da garagem da empresa Santa Zita, no município de Viana, amanheceram fechados na manhã desta terça-feira (12). A empresa é responsável pela operação das linhas que atendem maior parte do município de Viana e também alguns bairros de Cariacica.

Uma reunião foi realizada entre representantes do Sindirodoviários e da empresa, mas não houve um acordo. Uma nova reunião está marcada para o final desta manhã. Desta vez, deve haver participação de representantes da GVBus.