Uma hamburgueria localizada no interior de São Paulo foi alvo de críticas nas redes sociais após criar um lanche chamado “Maria da Penha”.
Após lançar o sanduíche, o estabelecimento decidiu enfatizar a expressão “olho roxo” na descrição do hambúrguer, que leva bacon, alho poró, muçarela e repolho roxo.
Em nota enviada ao Jornal Online Folha Vitória, o dono do estabelecimento informou que a hamburgueria gostaria de se retratar aos que se sentiram ofendidos em relação ao nome dado ao lanche. Ainda por nota, o proprietário disse que foi um equívoco ter escolhido tal nome, pediu desculpas pelo ocorrido, e ressaltou que a intenção não foi desrespeitar as mulheres.
Em seu perfil pessoal, o dono do estabelecimento afirmou que as redes sociais da hamburgueria foram retiradas do ar temporariamente, devido aos ataques virtuais que vem sofrendo desde a divulgação do cardápio.
“Tiramos a página da Kau e o perfil do Instagram do ar, devido a ataques virtuais – para mim, é quase um vírus, onde o que importa é o engajamento e não a solução dada – que pensam que os meios justificam seus fins. Me cobram respeito, e o que menos demonstram, é o requerido.”
O proprietário destacou ainda que o nome do hambúrguer foi repensado após o comentário de uma cliente na publicação e já foi alterado no cardápio.
“Cara cliente – você sabe quem você é – por conta de seu comentário maduro e respeitoso, repensamos o nome do burger e numa próxima visita à nossa Hamburgueria, verás que sua justificava foi assertiva e levada – e aplicada – em consideração”, concluiu.
Com toda a repercussão, o empresário divulgou ainda uma nota oficial, pedindo desculpas e alegando que não compactua com nenhum tipo de violência.
Mudança nos nomes
Após a repercussão negativa nas redes sociais, a hamburgueria teria mudado o nome do sanduíche. De acordo com publicações e prints de internautas, a primeira alteração foi para “Censurado”.
Atualmente, o hambúrguer está no cardápio da lanchonete com o nome de “Um lanche com repolho”.
Lei Maria da Penha
Sancionada em agosto de 2006 pelo ex-presidente Lula, a Lei Maria da Penha é um dispositivo legal de coerção contra as violências doméstica e familiar. O texto estabelece mecanismos de prevenção e punição deste tipo de ato, além de dispor sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
O nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica brasileira que sofreu duas tentativas de assassinato por seu marido, o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, durante a década de 1980.
Por causa do grau de violência das agressões sofridas – na primeira vez, ele atirou nela; na segunda, tentou eletrocutá-la durante o banho –, ela ficou paraplégica. O agressor foi condenado em outubro de 2002, apenas seis meses antes da prescrição do crime.