Os promotores de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontaram que o réu Hilário Frasson, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da médica Milena Gottardi, trocou mensagens com juízes tentando auxílio para reverter a liminar que garantiu que a vítima saísse de casa com as filhas durante o processo de separação.
A revelação foi feita durante a fase de debates entre a acusação e as defesas dos seis réus do júri do caso Milena, que chegou neste domingo (29) ao sétimo dia de duração.
No material apresentado pelo MPES, Hilário conversa com o juiz Alexandre Farina. O magistrado é um dos envolvidos na Operação Alma Viva, em que apura venda de sentenças no Fórum da Serra. Farina e o juiz Carlos Alexandre Guttman foram afastados do exercício da magistratura após terem prisão preventiva decretada no início de agosto.
Nas mensagens, Hilário diz que o juiz desembargador “Júlio César” descobriu que o juiz Vitor Pimenta havia deferido a liminar autorizando Milena Gottardi a sair de casa com as filhas.
Um outro juiz, Marcelo Loureiro, no mesmo dia, às 4h da manhã, responde sobre a liminar: “Nossa!”.
Segundo o MPES, esse foi o diálogo entre Hilário e Alexandre Farina:
Hilário: Irmão, vou precisar da sua ajuda para conseguir a guarda das minhas filhas
Farina: Conte comigo, irmão
Hilário: (juiz) Júlio César me disse que o (juiz) Vitor Pimenta já deferiu a liminar
Farina: Vou conversar com ele. Ele é da minha loja (referindo-se à uma loja maçônica)
Hilário: Agiram na covardia, pelas minhas costas
Farina: Já constitui advogado agora. Calma!
Os promotores de Justiça, Leonardo Augusto de Andrade e Rodrigo Monteiro, explicaram que o juiz Farina foi preso na Operação Alma Viva por venda de sentença judicial, sendo intermediada por Hilário Frasson.
Com informações de Mayra Bandeira (TV Vitória/Record TV).