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Homem morre em hospital e família acusa Estado por falta de UTI

Gildson morreu na última quinta-feira (4), no hospital São Lucas, em Vitória, onde estava internado desde o dia 18 de junho.Segundo a família, o homem precisava ser ser atendido em uma UTI

Foto: Divulgação

A família de Gildson Serrano Vieira, de 42 anos, acusa a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) de descaso. Segundo parentes da vítima, mesmo com determinação judicial, a Sesa não disponibilizou uma vaga em Unidade Intensiva de Terapia (UTI), conforme exigido pela Justiça. Gildson morreu na última quinta-feira (4), no hospital São Lucas, em Vitória, onde estava internado desde o dia 18 de junho.

Gildson sofreu um acidente em Domingo Martins e foi encaminhado ao hospital com traumatismo craniano. O homem foi atendido e permaneceu em enfermaria simples, mas, de acordo com a família, o correto seria Gildson ser atendido em uma UTI.

No dia 27 de Junho, uma liminar concedida pela Justiça determinava que o Governo do Estado fizesse a transferência do paciente, em um prazo de 48 horas.Caso a ordem não fosse cumprida, o Estado seria obrigado a pagar uma multa diária de R$ 2 mil.

Apesar da decisão, a transferência de Gildson não foi realizada. Com isso, uma nova ordem judicial intimou a Sesa a cumprir a decisão anterior. Além disso, o valor da multa foi reajustado e passou a ser de R$ 3 mil.

Para a advogada da família, Danielle Pina Dyna, o Estado foi negligente. “ Nenhuma providência foi tomada. O médico que o atendeu disse que era preciso a transferência para a UTI. Essa determinação do médico estava no prontuário do paciente, e mesmo assim, nada foi feito”, diz.

Subsecretário discorda de versão
Segundo o subsecretário de Estado de Gestão Hospitalar, Fábio Benezath, Gildson Serrano Vieira já estava com morte cerebral quando saiu a decisão judicial que determinava a transferência. “O paciente chegou ao hospital, no dia 18 de junho, com traumatismo craniano gravíssimo. Neste caso, é necessário que o paciente fique em observação por 72 horas. No dia 25 de junho, a morte cerebral do paciente foi diagnosticada e a família foi notificada. Tentamos realizar o exame para confirmar a suspeita, mas a família não autorizou. No dia 27 a família entrou com a liminar e, no dia 30, a Sesa foi avisada. Tentamos vagas em hospitais particulares e filantrópicos, mas não achamos vaga.  No dia 30, quando fomos intimados, o paciente já estava há cinco dias com diagnóstico clínico de morte cerebral”, afirmou.