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Homenagens a Iemanjá são realizadas em Cariacica

Cerimônias para a entidade considerada mãe dos orixás para adeptos do candomblé e da umbanda foram realizadas em Cariacica

Foto: Prefeitura de Cariacica
Foto: Prefeitura de Cariacica
Foto: Prefeitura de Cariacica

Pelo quinto ano consecutivo, as homenagens à Iemanjá, considerada a mãe dos orixás pelo Candomblé e pela Umbanda, não ficaram restritas na Grande Vitória à praia de Camburi. Em Cariacica, a devoção à Rainha do Mar reuniu devotos e adeptos das religiões de matriz africana na orla de Porto de Santana na tarde do último sábado (2). A realização foi do Fórum de Matrizes Africanas de Cariacica.

Apesar do calor forte, a cerimônia em apreço ao orixá ocorreu em terreno em frente ao Campo do Kauê. Uma ventania constante, vinda do mar, também ajudava. Num clima de pedidos por mais respeito a todas as religiões, foi feita uma roda de preces, acompanhadas de cânticos tradicionais em língua iorubá e toques de atabaque. 

Adeptos da religião de matriz africana realizaram uma coreografia no local, parte do rito tradicional de homenagem à entidade Iemanjá. Ao final, foi feita a entrega de oferendas, como flores, frutas e comidas típicas como acaçá (creme de arroz feito com leite de coco), ebô (milho branco de canjica cozido sem tempero), eboya (creme de canjica com cebola ralada e camarão), dibó (creme de canjica com camarão seco). “Todo o material é pensado para não impactar o meio ambiente com itens biodegradáveis, que irão se decompor rapidamente”, explicou o gerente de Promoção de Igualdade Racial, Sandro Cabral Silva.

Opiniões

A pedagoga Amanda Gonçalves, 33 anos, mora no Centro de Vitória e foi a Porto de Santana pela primeira vez. Ficou contente com a celebração. “Eu sempre vou à Praia de Camburi no dia 2 de fevereiro. Fiquei sabendo que em Cariacica também se homenageia Iemanjá e vim ver. É bonito ver como todo mundo se envolve nas preparações”, elogiou. Ela está conhecendo o Candomblé aos poucos e tem gostado do que tem visto.

Já a arquiteta urbanista Maria Luiza de Barros, 25, saiu de Campo Grande para recolher mais dados para uma pesquisa de mestrado, a ser apresentada na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “Estou me aprofundando na pesquisa por territórios afrobrasileiros em Cariacica e de como essas comunidades ocupam a cidade e como o município as percebe. É interessante essa iniciativa de festejar Iemanjá neste ponto aqui do bairro, acrescentando um novo significado à orla”, analisou.

Para o gerente de Promoção de Igualdade Racial, fazer a homenagem em Cariacica é uma forma de exaltar o município. “Também é dar oportunidade para que os moradores e os fieis possam adaptar seu jeito de celebrar e viver a fé ao cotidiano e lugares da cidade”, pontuou.