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Hospital diz que transfusão de sangue deve ser feita em paciente neste sábado

A mãe e o bebê estão internados há uma semana na maternidade. Após a cirurgia, a mulher precisaria passar por uma transfusão de sangue, mas teria se recusado por convicções religiosas

A mulher está internada em uma maternidade de Vitória Foto: TV Vitória

Após se negar a realizar uma transfusão de sangue alegando convicções religiosas, o estado de saúde da mulher, de 35 anos, que deu a luz na Pró-Matre, em Vitória, se agravou. De acordo com o hospital, que já possui uma ordem judicial, o procedimento deve ser realizado ainda neste sábado (3). 

A mulher dava a luz a um bebê quando sofreu complicações. Após a cirurgia, ela precisaria passar por uma transfusão de sangue, mas teria se recusado e foi necessária intervenção judicial no caso. A mãe e o bebê estão internados há uma semana na maternidade, que fica no bairro Ilha de Santa Maria. 

De acordo com os médicos, os pacientes já deveriam ter tido alta, mas na última terça-feira (30), a mulher teve complicações. “Foi realizado uma cirurgia, até porque se trata de uma terceira cesariana, na parte da tarde. Ela teve muito sangramento, coisa que acontece em uma pós-cesariana. Foi pedido um exame de rotina e constatado que ela estava em um quadro anêmico. Fomos então ao banco de sangue e, para nossa surpresa, ela não quis receber o sangue alegando motivos religiosos”, afirma o obstetra Hélcio Menezes Couto.

O especialista em teologia, Vito Nunes Rosa, explica os motivos pelos quais os fiéis Testemunhas de Jeová não recebem transfusão. “Tem como base a concepção do Antigo Testamento, que coloca o sangue como princípio de vida. Então, nesse sentido, eu não poderia receber o sangue de outro ser vivo porque seria como se eu tivesse tomando a vida de outro ser vivo”, conta.

E completa: “Mesmo a equipe médica cumprindo uma decisão legal, para ela vai representar uma espécie de grande elemento que contraria as convicções mais internas. Ou seja, para ela, do ponto de vista pessoal, representa um grande dano moral no sentido de desrespeitar as convicções religiosas”, diz Vito.