A tristeza de não poder se despedir ou não saber o paradeiro de um parente é vivida pelas famílias de 357 pessoas na Grande Vitória. As idades e os motivos que levam uma pessoa desaparecer variam. De acordo com a Delegacia de Pessoas Desaparecidas, o maior registro destes casos ocorre entre as meninas com idades entre 12 a 17 anos.
Dentre os grupo de mulheres adultas com idade acima de 18 anos, foram registrados 53 casos de desaparecimento este ano no Estado. Deste total, 45 mulheres foram encontradas e uma morreu. Sete mulheres continuam desaparecidas. Como é o caso de dona Mazir Veiga Igreja, de 80 anos. Ela tem Alzheimer e desapareceu no dia 26 de junho. Há 15 dias a família não tem nenhuma informação da idosa.
O filho de Mazir, Marcos Vieira Igreja afirmou que a família já fez buscas em Alfredo Chaves, cidade onde nasceu, e também em Cachoeiro de Itapemirim. Ele contou ainda que a família divulgou fotos da mãe em ônibus e em redes sociais. A solidariedade da população comove a família.
“Eu agradeço muito a solidariedade das pessoas, as pistas que recebemos, mas infelizmente não eram sobre ela. A minha mãe foi confundida com duas senhoras, uma de Vila Velha e outra do bairro Aeroporto, em Guarapari. A minha mãe está muito conhecida por causa da divulgação, mas ela não foi vista em lugar nenhum, mas temos esperança de encontrá-la”, afirmou.
Marcos disse ainda que esta não foi a primeira vez que a mãe some de casa. Em dezembro do ano passado, ela saiu de casa e foi encontrada na cidade onde nasceu.
“Ela foi até a Rodovia do Sol, pegou um ônibus e seguiu até Alfredo Chaves. Ela lembrava apenas de um irmão e como ele é conhecido na cidade, foi fácil localizá-la”. Quem tiver qualquer informação que possa ajudar a localizar dona Mazir pode entrar em contato pelos telefones: (27) 9-8137-2888 ou (27) 9-9734-3746.
O delegado José Lopes, titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas esclarece que casos como o da senhora Mazir são raros na delegacia. Ele orienta que familiares de portadores de Alzheimer tomem medidas que facilitem a identificação da pessoa.
“A família deve deixar sempre uma identificação da pessoa que tem a doença, uma pulseira ou uma etiqueta grudada à roupa, com o nome completo da pessoa e um telefone de contato. Casos deste tipo não são comuns e localizamos o desaparecido com frequência”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, de janeiro a junho deste ano 126 adolescentes do sexo feminino desapareceram, deste total, 108 foram localizadas e nenhuma morte foi registrada. Os números são menores quando os adolescentes são do sexo masculino: 39 desapareceram, 34 foram encontrados e uma morte foi registrada. Já entre o grupo de adultos do sexo masculino foram registrados 139 desaparecimentos, 114 foram localizados e oito mortes registradas.