Um idoso de 71 anos foi resgatado após ser mantido em condição análoga à escravidão durante 15 anos. O caso foi registrado em uma propriedade rural em Pedra Branca, interior de Presidente Kennedy, no Litoral Sul do Espírito Santo.
Segundo a Polícia Civil, a ação foi realizada nesta quarta-feira (31), após uma denúncia realizada por meio do Disque-Denúncia 181. A vítima não era alimentada e estava há 15 dias com uma lesão no tornozelo.
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O titular da Delegacia de Polícia (DP) de Presidente Kennedy, delegado Thiago Viana, informou que a denúncia indicava que a vítima trabalhava na propriedade rural.
“A denúncia dava conta de que o suspeito, que seria filho do dono da propriedade e tomador do serviço, não fornecia alimentação para a vítima e retinha os documentos pessoais para receber um benefício previdenciário da vítima. Além disso, a vítima estaria com uma lesão no tornozelo há quinze dias, sem o devido atendimento médico”, disse.
Instalações precárias na propriedade
Segundo os policiais civis, ao irem até a propriedade, eles identificaram que a vítima estava morando numa casa com instalações precárias, sem o básico para a sobrevivência.
“Ele foi levado para a delegacia e ouvido, tendo dito que trabalhava para o suspeito há cerca de 15 anos, mas sem receber salário fixo. Recebia apenas alguma importância em dinheiro para sobreviver”, relatou o delegado Thiago Viana.
A vítima relatou para a polícia que tem um benefício previdenciário, mas um tomador de serviço recebe o dinheiro e fica com todos os documentos da vítima. “Por fim, a vítima disse que avisou ao tomador de serviço sobre a lesão no tornozelo, mas ele não disponibilizou atendimento”, acrescentou o delegado.
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A Secretaria de Assistência Social de Presidente Kennedy foi acionada e levou a vítima para a casa de um parente e prestou todo o atendimento assistencial.
O suspeito e o pai dele não foram encontrados. Um parente foi informado que eles deveriam comparecer à delegacia.
Na última quinta-feira (1º), o suspeito compareceu à delegacia, foi ouvido e disse que a vítima não trabalha para ele e que estava morando na propriedade do pai do suspeito pelo fato de ter sido abandonado pela família.
“O suspeito apresentou os documentos da vítima, incluindo cartão de recebimento de benefício e alegou que estava com os documentos, pois conseguiu o benefício para a vítima, que não tem controle das finanças. Ele foi liberado, pois não estava em flagrante”, contou Viana.
A investigação será encaminhada à Polícia Federal, que tem atribuição para investigar o crime de redução à condição análoga à escravidão.
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