O aposentado Osmundo Caldeira Filho, de 83 anos, decidiu realizar um sonho que nunca pôde cumprir quando jovem: estudar e tirar carteira de motorista. Ele passou toda a vida na roça com a família e nunca teve oportunidade de estudar. Mas o sonho de dirigir o fez romper barreiras e iniciar a jornada na sala de aula.
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“Eu morava no interior. Meu pai não deixava a gente aprender porque a nossa vida era só trabalhar na lavoura. Eu não aprendi a ler e escrever. Minhas irmãs também. Todas morreram sem saber o que era a letra ‘A’. Hoje, graças a Deus, estou sabendo alguma coisa”, relembra, emocionado.
No início foi difícil. Mas agora, ele não pode ver um cartaz que já vai lendo tudo.
Sua professora, Jaqueline da Amorim Cunha, confirma o comprometimento de Filho. “Ele é um aluno esforçado e sabe do que é capaz e o que ele pode alcançar. Apesar de ter 83 anos, ele não desistiu de sonhar”, aponta.
Ele é um dos 73 estudantes que fazem parte do projeto Educação para Jovens e Adultos (EJA), com mais de 60 anos, só em cariacica. São exemplos de que estudar não têm idade.
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A história de seu Osmundo serve como inspiração de uma realidade desafiadora. “Hoje, nós temos no município, em torno de 10 mil idosos analfabetos. Nosso grande desafio é chegar até essas pessoas”, contabiliza o coordenador do EJA em Cariacica, Rinaldo Pevidor.
Entre os maiores municípios da Grande vitória, Vila Velha tem o maior número de idosos matriculados na EJA: são 260. Na capital, são 229 alunos acima de 60 anos. Na Serra são 200.
Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record TV