Um idoso de 95 anos emocionou a Nova Zelândia no último domingo (24), quando participou de um ato em homenagem às vítimas do massacre das duas mesquitas de Christchurch, que terminou com a morte de 50 pessoas.
John Sato, filho de mãe escocesa e pai japonês, tomou quatro ônibus diferentes no domingo para participar da vigília em uma praça da capital, Auckland. Fotos do aposentado chegando a pé e sendo amparado por um policial e um civil tomaram conta das redes desde então.
Sem conseguir dormir
Em entrevista à rádio pública RNZ, ele contou que tem uma rotina tranquila e costuma passear pelo bairro onde mora e ouvir ópera. No último dia 15, quando aconteceu o ataque em Christchurch, ele não conseguiu dormir.
“Fiquei acordado um bom tempo aquela noite e não tenho dormido bem desde então. Tudo isso é muito triste. Dá para sentir o sofrimento das pessoas de longe. Espero que todos nós possamos sair melhores disto”, disse Sato.
Ele ficou sabendo das vigílias e outros atos em homenagem às vítimas do massacre e decidiu ir até uma mesquita no bairro de Pakuranga, perto de sua casa. Passando de ônibus pelo tempo, ele viu muitas flores, mas decidiu seguir viagem até o centro da cidade.
Depois de pegar mais três ônibus, ele finalmente chegou à praça Aotea, um dos principais locais para eventos públicos da capital. Conforme andava para se aproximar, foi ajudado pelo policial e outro cidadão.
Após participar da vigília, o policial deu uma carona para ele voltar para casa. “Ele ficou me esperando enquanto eu subia as escadas. Essa tragédia, olha o que ela trouxe à tona. Ela mostrou o melhor da humanidade”, comentou.
“Tudo uma grande tragédia”
Sato é viúvo há 15 anos e, no ano passado, perdeu a única filha. Mesmo assim, encontrou a força para buscar ajudar seus compatriotas depois do massacre de Christchurch.
“É tudo uma grande tragédia, mas há um outro lado. Isso aproximou as pessoas, não importa a raça ou qualquer outra coisa. De repente, as pessoas perceberam que somos todos iguais, que nos importamos uns com os outros”, afirmou o neozelandês.
Ele contou que foi soldado do exército neozelandês durante a Segunda Guerra Mundial e lutou contra o Japão. Para ele o conflito foi uma “perda de tempo”. “A vida é curta demais para ser gasta com algo tão vazio como o ódio”.
Com informações do Portal R7.