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Iema destaca regras de uso do Arquipélago das Três Ilhas, em Guarapari

Com o feriado de Carnaval, é importante frisar que estão proibidas atividades de pesca, camping e uso do fogo (churrasco e fogueira)

Foto: Reprodução / Instagram

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) atua em várias frentes de ação no Arquipélago das Três Ilhas, inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, em Guarapari. Com a chegada do Carnaval, é importante destacar as principais atividades proibidas no local: pesca, camping, churrasco e fogueira.

Como o arquipélago é uma área natural protegida, há regras de uso para garantir que a biodiversidade lá existente continue existindo. 

Sendo assim, durante todo o verão, o Iema realizou diagnóstico do uso público, orientação aos visitantes, monitoramento das ilhas e monitoramento marinho, como também manejo de espécies exóticas invasoras, instalação de sinalização, manejo e manutenção de trilhas, mapeamento e avaliação do uso dos atrativos pelos visitantes e limpeza das ilhas do arquipélago.

As regras de uso das Três Ilhas estão vigentes desde 2016, quando o zoneamento foi publicado. Em 26 anos de criação da APA, esta é a primeira vez que o Iema realiza uma gestão in loco, mostrando presença institucional nas ilhas, devido ao apoio do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar), do Governo Federal.

“O Arquipélago das Três Ilhas representa um local tradicional para acampar, fazer churrasco e pescar e, agora, precisamos divulgar as regras vigentes de uso para garantir a conservação dessa área, mantendo seu enorme potencial de ecoturismo”, frisa a servidora do Iema, Sandra Ribeiro, responsável pelo planejamento e execução do Projeto Gef Mar no Estado.

Proibição de pesca

A área de proibição de pesca abrange o polígono que engloba as ilhas de Gurarema, Leste-Oeste, Guanchumbas, Cambaião e Quitongo, iniciada a uma distância de 100 metros de cada uma delas. “Nessa faixa, todos os tipos de pesca amadora são proibidos, desde a pesca subaquática, pesca com linha de mão, vara ou molinete, realizadas a partir do costão rochoso ou de embarcações, incluindo a modalidade de pesque e solte”, frisa Sandra Ribeiro.

A intenção de restringir a pesca amadora nessa área é garantir um espaço que sirva de criadouro natural, onde as espécies possam crescer, se reproduzir e repovoar tanto o Arquipélago das Três Ilhas quanto as dos demais habitats do entorno.

“Isso garante a conservação das espécies, a sustentabilidade da pesca artesanal local e das atividades de turismo ecológico sustentável, cujo principal atrativo é a diversidade biológica e a beleza cênica do local”, explica Sandra Ribeiro.

Ela ressalta, ainda, que todos os visitantes são muito bem-vindos para desembarcar e conhecer as ilhas do Quitongo, Cambaião e Guararema, tomar banho de mar, relaxar e curtir a tranquilidade da natureza. “Muitos visitam as Três Ilhas para conhecimento da biodiversidade marinha, por meio da prática do snorkeling e do mergulho contemplativo”, comenta a responsável pelo Projeto Gef Mar no Estado.

Para mais informações sobre o zoneamento ambiental da APA de Setiba, clique aqui

Saiba quais são as atividades proibidas no Arquipélago das Três Ilhas:

– Tocar e coletar organismos marinhos;

– Pesca amadora (molinete, linha de mão, caça-subaquática), inclusive a modalidade de pesque e solte;

– Jogar lixo;

– Cortar a vegetação;

– Som (música) tanto nas embarcações quanto nas ilhas do arquipélago.

– Acampamento: Corte de vegetação para abertura de clareiras para colocar as barracas de camping. Além da destruição da vegetação nativa, as clareiras favorecem a proliferação das gramíneas exóticas invasoras e a erosão do solo, que fica exposto e é carreado para o mar, especialmente, quando o terreno apresenta declividade. Nas Três Ilhas, a faixa de solo é muito fina, por isso, sua perda é crítica e representa um impacto significativo para o ecossistema local.

– Ausência de sanitários: As pessoas devem ter consciência da ausência de sanitários nas Três Ilhas. Sendo assim, é proibido fazer as necessidades fisiológicas na unidade de conservação, pois causa mau cheiro e poluição do local.

– Uso do fogo e churrasco: Aumenta o risco de incêndio. Em janeiro de 2014, perdeu-se o controle do fogo de uma churrasqueira. Devido às rajadas de vento, toda vegetação da Ilha do Cambaião foi queimada. Com a queima da vegetação nativa, houve grande proliferação das espécies exóticas invasoras (gramíneas e piteiras).

– Restos de comida: Descarte de resto de carnes e demais alimentos atrai grande quantidade de urubus, que pode estar competindo por espaço (para ninhos) com as espécies nativas.

– Pesca amadora: A captura de grande quantidade de peixes recifais, na maioria das vezes juvenis (já que a área é um berçário), provoca redução da população e contribui para o declínio populacional de muitas espécies.

A partir do trabalho do Iema, iniciado em 09 de janeiro de 2020, foi possível realizar:

– 6 áreas de camping selvagem (campings irregulares), que apresentam capacidade para cerca de 45 barracas;

– Diversas áreas de fogueira feitas diretamente nas pedras, inclusive com restos de carvão, conhecida localmente como “fogão”;

– 97 estruturas fixas de suporte para sustentar vara de pesca (pesca amadora), conhecidos como “preguiçoso”.