A igreja que pegou fogo na última terça-feira (30), no bairro Santa Luíza, na região de Barro Vermelho, em Vitória, funciona sem alvará e licença do Corpo de Bombeiros desde a inauguração, há 25 anos. A informação foi confirmada por um dos presbíteros da igreja, Júlio César Matos.
De acordo com o presbítero, a igreja não possui a documentação pois a Prefeitura de Vitória se recusou a fornecer o “Habite-se”, certidão que atesta que o imóvel foi construído conforme exigências legais estabelecidas pelo município, foi tirado.
“A construção da igreja foi feita em 1992. Fizemos o projeto para apresentar à prefeitura, mas não conseguimos tirar o ‘habite-se’. O motivo é que há um projeto de construção de uma avenida de nome Dom Pedro Segundo ali na região. Foi em 2005 que começamos a ser multados e entramos com o pedido de alvará”, explica Júlio.
Segundo ele, vizinhos da igreja conseguiram a retirada do alvará. “Havia uma solicitação para que derrubássemos nossa construção até a margem do canal. Um de nossos vizinhos fez uma obra que avançou cerca de 2 metros para o nosso terreno. Porque somente nós temos que derrubar metade da nossa construção? Se todo mundo derrubar as suas, nós faremos também”, fala.
O incêndio
Segundo o presbítero, o incêndio ocorrido no último dia 30 foi provocado por um curto-circuito no auditório central da igreja. Ele conta que foi feito um tratamento acústico no local para melhoria de som. Na terça-feira (30), um membro da igreja foi ligar os disjuntores quando uma faísca atingiu o teto e se espalhou pela espuma.
Júlio revela que o prejuízo deve ficar em torno de R$ 300 mil a R$ 400 mil. “Não chegamos a pedir perícia porque sabemos qual foi a causa do incêndio. O prejuízo do som foi de R$ 120 mil. Ao todo, devemos gastar entre R$ 300 mil a R$ 400 mil. O local segue interditado, mas não há risco algum de cair. A Defesa Civil está aguardando um laudo técnico de engenheiros comprovando que não há o risco para liberação”, finaliza.
Por meio de nota, a Prefeitura de Vitória informou que o processo de regularização da Igreja é de 2007. De acordo com a prefeitura, durante a construção do imóvel, antes da compra pela Igreja, em 2000, houve uso de área de interesse público ao longo do Canal da Passagem. Devido a esse fato, segundo a administração municipal, o processo de regularização estava dependendo de se adequar à legislação. O município informa que a entrega do Alvará de funcionamento só ocorre após a licença do Corpo de Bombeiros.