Manifestantes da classe artística que protestam por discussão de políticas públicas e maior investimento na categoria esperam ter algum avanço na reunião da próxima quinta-feira (7), em Vitória. Cerca de 20 artistas ficaram uma semana ocupando a sede da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) como forma de protesto.
O diretor da Federação Capixaba de Teatro, Murilo Iglésias, diz que durante uma reunião que aconteceu na última segunda-feira (3), a secretaria não deu retorno a nenhuma demanda dos artistas. “A verdade é que a reunião de ontem não adiantou de nada. O secretário [João Gualberto] diz que não há recursos e só falou frases prontas. Estamos estudando quais serão nossas medidas daqui para frente”, conta.
Uma das propostas dos manifestantes é enviar uma carta de demandas diretamente para o governador do Estado Paulo Hartung (PMDB), na tentativa de ter alguma reivindicação atendida. O grupo de artistas não descarta, também, uma nova ocupação à sede da Secult.
“Agora não é possível afirmar nada porque ainda vamos esperar a próxima reunião de quinta-feira (7). Aí sim nós vamos definir quais serão nossos próximos passos. Podemos fazer novas manifestações e não excluímos a possibilidade de voltarmos a ocupar a Secult”, completa Iglésias.
A pauta de reivindicações dos artistas é extensa, como a implementação de polícias públicas para a cultura e a reformulação do Conselho Estadual de Cultura (CEC). Uma dos principais pontos, também, é a contrariedade da diminuição do recurso destinado aos Editais da Cultura. A categoria pede, pelo menos, o mesmo valor investido pelo governo em 2014, cerca de R$ 8,5 milhões.
Em entrevista para o jornal online Folha Vitória, no dia 28 de abril, o secretário Estadual de Cultura, João Gualberto, disse que a divisão do orçamento não agrada os artistas. “Tivemos um reajuste por conta do ajuste fiscal do Estado. O Instituto Sincades, que faz parte da iniciativa privada, doou uma quantia para a Secult. O orçamento e essa doação dão juntos pouco mais de R$ 7 milhões. Essa soma precisa ser dividida igualmente entre a classe artística e aos artistas de bairros carentes, que são os editais transversais. Esse é o problema. A Classe artística não concorda com essa divisão”, afirmou.
Em nota enviada na tarde desta terça-feira (5), a Secult informou que segue respeitando o diálogo aberto e respeita os movimentos e manifestações. A Secult disse que acredita que o posicionamento de artistas e produtores culturais capixabas que querem o melhor para o setor será de suma importância para contribuir com a área.