Um incêndio na zona rural de Guaçuí já consumiu cerca de 80 hectares de plantações e vegetação nativa. Os primeiros focos tiveram início no último sábado (11) e moradores ainda tentavam conter o fogo com uso de enxadas e tratores nesta terça-feira.
A Polícia Militar Ambiental esteve no distrito de São Miguel do Caparaó, assentamento Luiz Taliuli Neto e Córrego São Romão, onde constatou o incêndio. Segundo a Polícia, a vegetação nativa atingida estava em estágio inicial, médio e avançado de regeneração.
Segundo informações de moradores, o fogo teve início no sábado (11), por volta das 14h em uma propriedade do assentamento e se alastrou para área de reserva legal atingindo também propriedades vizinhas, danificando plantações de eucalipto, mata nativa e áreas de nascentes.
Testemunhas informaram aos policiais a identidade do principal suspeito de ter causado o incêndio, um homem de 40 anos, residente no assentamento. Informaram que após realizar a queima amontoada de restos de lenha de café em sua propriedade o fogo se espalhou causando a destruição. O suspeito não foi mais visto no local.
Vários moradores até o final da tarde de ontem (13), tentaram conter o fogo com uso de enxadas e tratores realizando aceiros, mesmo assim o esforço de mais de 30 homens pareceu não ser suficiente para apagar o incêndio, pois o local é muito acidentado dificultando o acesso em determinadas áreas com alguns focos.
A Polícia Ambiental informou que toda a documentação produzida, incluindo um relatório fotográfico será encaminhada ao escritório local do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e ao Ministério Publico.
Alerta
A Polícia Militar Ambiental alerta que o impacto ambiental das queimadas é preocupante, pois prejudica a fertilidade do solo e danifica a biodiversidade. Também há produção de gases nocivos à saúde humana e diminuição da visibilidade atmosférica, que pode causar acidentes em estradas, além de interferir na qualidade do ar e consequentemente na saúde das pessoas.
Até as queimadas controladas, que são aquelas que podem ser feitas com autorização do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), ficam suspensas no período compreendido entre 1º de maio e 31 de outubro, pois, apesar de serem exigidas ações preventivas de segurança para sua realização, o somatório de fatores adversos que imperam nesse período elevam o grau de risco de tal modo que o uso do fogo deve ser evitado a todo custo.
Segundo o subtenente Marcio, os incêndios em sua grande maioria nascem de uma ação humana. “É muito importante que as pessoas tenham consciência do perigo que um incêndio pode causar a partir de formas simples como a queima de um lixo, galhos, folhas secas ou até mesmo de uma ponta de cigarro acesa lançada ao solo, onde precisamos da parceria e consciência da população para evitarmos a destruição do meio ambiente”, concluiu.