O incêndio que atinge uma área de turfa, na Serra, e que resulta em uma fumaça que tem incomodado bastante a população do município, pode ter sido provocado por rituais religiosos. A informação é do Corpo de Bombeiros, que encontrou no local alguns pontos onde aparentemente foram feitas fogueiras.
A corporação, no entanto, ainda não terminou o trabalho de perícia na região afetada pelo fogo, que deverá confirmar o que deu origem ao incêndio. De acordo com o perito de incêndio do Corpo de Bombeiros, Fábio Mauricio Rodrigues, há fortes indícios de que o fogo tenha sido provocado por ação humana.
“Tem uma chance muito grande de ter sido ação humana. A gente não concluiu os trabalhos periciais ainda, mas os vestígios que eu verifiquei apontam para uma causa humana”, ressaltou.
A expectativa dos bombeiros é acabar de vez com as chamas até esta sexta-feira (08). Nas últimas 24 horas, os bombeiros usaram a água do rio Santa Maria para inundar a área do incêndio.
A ação, segundo a corporação, está ajudando a controlar as chamas. Com as inundações, a estratégia dos militares é ir cercando o fogo, até o incêndio cessar completamente.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o solo orgânico queima por baixo da vegetação e causa a fumaça que tanto incomoda as comunidades. Para tentar conter esse fogo subterrâneo, estão sendo usados cerca de 640 mil litros de água por dia. Doze militares auxiliam no combate ao incêndio.
“A gente observa, na parte superficial, um incêndio totalmente extinto. Mas se a gente começar a cavar 30, 40 ou 50 centímetros abaixo dessa área superficial, a gente vai encontrar braseiros. E esses braseiros ficam ali como se fossem um incêndio encubado, só aguardando a temperatura alta do dia, a baixa umidade do ar e o contato de uma matéria a ser queimada, para eclodir um novo incêdnio”, explicou o tenente-coronel Germano Felippe, do Corpo de Bombeiros.
Com a ajuda do vento e a falta de chuva, o incêndio já consumiu uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, o equivalente a dez campos de futebol. Para que o estrago não seja ainda pior, o maior aliado dos bombeiros é a geografia da região. Os bombeiros conseguiram isolar esse perímetro com a água dos córregos da região, para que o incêndio não aumente ainda mais.
“Tendo em vista que o combate direto, onde o bombeiro tem contato direto com as chamas, é inviável nessa situação de solo de turfa, a gente vai cada vez mais restringindo esse perímetro da área de queima”, destacou o tenente-coronel.