Três meses após o incêndio que destruiu uma loja de couros na Vila Rubim, em Vitória, continuam interditados dois prédios, dois sobrados e quatro casas que fazem limite com o estabelecimento que pegou fogo no último dia 20 de setembro. Os imóveis, assim como a loja, estão interditados pela Defesa Civil de Vitória desde a época do incêndio.
De acordo com a Defesa Civil, tanto o estabelecimento como os imóveis do entorno só serão liberados quando o proprietário da loja incendiada realizar as intervenções necessárias. O dono do estabelecimento, Moisés Alves da Cruz, disse que somente o prédio maior ainda não recebeu reparos, mas que os demais imóveis já estão aptos a receber novamente seus moradores.
Segundo o comerciante, a documentação que apresenta todos os precedimentos realizados está sendo preparado nesta semana para ser entregue à Defesa Civil. Com a entrega dessa documentação, a expectativa é que os imóveis sejam logo liberados.
“Estamos primeiramente preocupados em atender aos pedidos da Defesa Civil. Realizamos os procedimentos em todos os imóveis menores e esperamos que eles sejam logo liberados, já que não correm mais riscos. Somente depois que todos os imóveis do entorno forem liberados, vamos pensar na reforma da loja”, afirmou Moisés.
Ele conta que perdeu 90% do estoque no incêndio. Os 10% restantes foram levados para um outro ponto, próximo à loja incendiada, onde o comerciante tenta retomar a vida. “Começamos tudo de novo praticamente. Estamos em uma loja menor, retomando aos poucos. Acredito que vá demorar, no mínimo, dois anos para voltar ao que era antes”, contou.
A reportagem do jornal online Folha Vitória entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para saber como estão as investigações sobre o incêndio, mas a corporação disse que só poderá responder a essa demanda nesta sexta-feira (27), durante o expediente administrativo.
Fora de casa
Quem precisou deixar sua residência por causa do incêndio foi a auxiliar de serviços gerais, Ana Rossi. Ela morava de aluguel em um apartamento no prédio menor, de quatro andares, e, desde que o imóvel foi interditado, se mudou para uma casa no Morro do Quadro, também em Vitória.
A auxiliar diz que ainda não sabe se pretende voltar para o apartamento antigo assim que o imóvel for liberado pela Defesa Civil. “Estou procurando um lugar melhor para morar. Não queria morar em morro. É muito difícil, principalmente para quem não tem carro e mora sozinho, que é o meu caso”, contou.
Ela disse que recebeu ajuda do dono da loja incendiada somente para fazer a mudança, mas ficou com o prejuízo das perdas materiais. “Ele pagou R$ 1.050 da mudança, mas meu jogo de sofá estragou e eu fiquei no prejuízo”, lamenta.
Já a secretária Edna Ribeiro morava no prédio maior, que ainda nem recebeu reparos, e não faz ideia de quando poderá voltar ao local e se pretende retornar. “Estou morando em um outro apartamento, no Parque Moscoso, e ainda não sei o que fazer, se continuo aqui ou se volto para o outro apartamento. Ouvi dizer que em fevereiro o prédio estaria liberado, mas ainda não tem nenhuma confirmação”, afirmou.
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